Professor Neca, treinador adjunto do Boavista, em declarações aos jornalistas após a derrota com o V. Setúbal por 1-0:
[Boavista perde um jogo no qual foi muito superior, sobretudo na segunda parte. Com que sentimento saem de Setúbal?]
«Corroboro inteiramente a sua análise. Depois de nove jogos consecutivos sem perder, mais quatro da época passada, é forte e duro perder. Mas temos de ver o outro lado de um jogo de futebol.
Uma primeira parte muito bem jogada de um lado e de outro, com duas equipa a procurarem um futebol positivo, que é apanágio da história destes dois clubes.
Makaridze, em três ou quatro situações, foi grande e gigante, não permitindo que o marcador funcionasse. Pelo que se passou na primeira parte, parece-me que o empate se ajustava, mas parece-me também que era um empate que devia ir com golos.
Na segunda parte tivemos a vontade e a organização de nos caracteriza. Estivemos sempre mais por cima do jogo, tivemos várias oportunidades quer em cruzamentos quer em passes para a zona central. Faltou-nos eficácia, qualidade em termos de discernimento para decidir melhor.
Makaridze fez o que sabe fazer bem, mas exponenciou hoje essa qualidade com defesas de expressão tremenda.
Numa transição, em que o Vitória é uma equipa boa, teria de acontecer o pior: cravámos a nossa primeira derrota no campeonato com um autogolo. Mas é de realçar o excelente espetáculo de futebol a que assistimos. Com um Boavista claramente melhor, principalmente na segunda parte e que fez tudo para sair daqui vencedor, mas não foi capaz: quero dar os parabéns aos nossos jogadores. Tivemos um brinquedo muito bonito, muito bom e fizemos tudo para o conservar, mas não fomos capazes.
Temos um orgulho tremendo nestes jogadores e no trabalho coletivo que este clube está a fazer. Esta equipa do Boavista joga bom futebol e estes números são avassaladores: hoje batemos um recorde que era nosso. Rematar 26 vezes e o último recorde já era nosso: em Moreira de Cónegos.
Fazer desta queda a alavanca para sermos mais fortes no futuro.
Dizer ao nosso jogador que fez o autogolo que isto é próprio do futebol: acontece aos grandes jogadores.»
[Ausências de Bracali e Yusupha?]
«Foi por opção técnica. São dois jogadores que têm sido muito importantes para nós. O Helton [Leite] é um dos melhores guarda-redes do futebol português e o Bracali tem sido um relógio suíço e vai continuar a sê-lo. Temos confiança nos dois.
O Yusupha teve um jogo desgastante e foi para o economizar, percebendo que havia outros jogadores que estavam mais disponíveis.»