O Flamengo foi condenado a pagar uma indemnização às famílias dos dez jovens que morreram num incêndio no centro de treinos do clube em fevereiro deste ano.
A decisão determina que o clube terá de pagar uma pensão mensal de 10 mil reais (pouco mais de 2 mil euros) a cada uma das dez famílias.
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Refira-se que esta decisão, de cariz provisório e tomada pelo juiz Arthur Magalhães Ferreira, titular da primeira Vara Cível da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, procura assegurar o apoio às famílias das vítimas mortais até que a Justiça se pronuncie de forma definitiva sobre a indemnização que o Flamengo terá de pagar. A pensão mensal terá efeitos retroativos pelos dez meses decorridos desde o incêndio.
«A decisão é extremamente importante, pois assegura às famílias dos meninos mortos um valor provisório para a sua manutenção financeira, até que haja o pagamento das indemnizações devidas pelo clube», afirmou a autora do recurso que solicitou a pensão, Cintia Guedes.
O Flamengo terá ainda de incluir na folha de pagamentos três outros jogadores que ficaram feridos no incêndio e que não puderam voltar aos treinos.
Segundo a defesa das vítimas, se o clube carioca não cumprir a decisão terá de pagar uma multa diária de 215 euros a cada um dos beneficiários.
No despacho, o juiz destacou que o Flamengo não cumpriu espontaneamente, de forma parcial e provisória, a responsabilidade de prestar apoio às vítimas diretas e indiretas do incêndio.
«Quanto maior é o sucesso alardeado das finanças do réu, maior é sua capacidade de arcar, sem sobressaltos, com a recomposição dos danos causados à família das vítimas, nesse momento desprovidos de importante (quiçá única) fonte de sustento familiar», declarou na decisão o magistrado Arthur Magalhães Ferreira, em referência aos lucros obtidos pelo Flamengo com os dois recentes títulos conquistados e com os sucessivos recordes de bilheteira.
O incêndio, ocorrido a 8 de fevereiro no Ninho do Urubu, custou a vida a dez jovens jogadores entre os 14 e 16 anos, tendo causado ainda três feridos. O dormitório era composto por um conjunto de contentores e estava em funcionamento, apesar de várias irregularidades e de multas aplicadas pela prefeitura do Rio de Janeiro. De acordo com perícias, a tragédia foi causada por uma falha num aparelho de ar-condicionado e pela falta de um siste de alarme contra incêndios.