«Romário gostava de nos fazer sofrer, adorava envergonhar-nos» - TVI

«Romário gostava de nos fazer sofrer, adorava envergonhar-nos»

Romário (Barcelona)

Antigos companheiros do avançado brasileiro contam histórias dos tempos em que jogaram juntos

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Vários ex-companheiros foram convidados pela Marca a falar de Romário, que é o segundo melhor marcador da história do futebol (apenas superado pelo compatriota Pelé). O Baixinho, como era carinhosamente tratado, foi recordado tanto pela sua genialidade como pela sua excentricidade. 

«O futebol para ele era pura diversão. Adorava envergonhar-nos», recordou Miguel Ángel Nadal, ex-companheiro do craque no Barcelona.

«Ele tinha uma capacidade infinita de nos deixar furiosos. Dizia-nos sempre que olhava de soslaio para os guarda-redes. Ele tinha tanta qualidade que gostava mais de nos fazer sofrer do que marcar-nos golos.»

A transferência para o clube da cidade condal foi efetivada em 1993, após 165 golos em 167 jogos nos holandeses do PSV. Integrando a equipa de Johann Cruyff, Romário venceu um campeonato espanhol na sua época de estreia, em que fez 32 golos.

Segundo Salinas, os golos apareciam quando o brasileiro queria. «Se ele quisesse marcar dois naquela noite, marcava dois. Se quisesse marcar três eram três...», referiu o espanhol, que recordou ainda a noite em que Romário saiu de um jogo para ir passar o carnaval ao Rio de Janeiro.

«Ele queria ir para o Brasil o mais cedo possível e Cruyff disse-lhe que se marcasse dois golos podia sair logo após o jogo. Romário estava tão confiante que já tinha comprado os bilhetes de avião antes de o jogo começar».

Neste jogo, mencionado por Julio Salinas, o Barcelona acabou por perder com o Saragoça por 6-3, mas o baixinho acabou por fazer dois dos golos da sua equipa.

«Eu sou o Romário, tu não sabes o que é ser o Romário» era, segundo Salinas, a resposta do brasileiro quando confrontado com os seus comportamentos mais peculiares.

Tão peculiares que o Barcelona pôs um detetive privado a seguir os movimentos de Romário, conhecido pelo seu gosto por discotecas. «Se não saio à noite, não marco golos. Esta ronda pago-ta eu, que a noite vai-te custar um rim», disse Romário ao detetive, segundo palavras do mesmo, anos depois.

Juan Carlos, outro companheiro do avançado no Barcelona recordou um momento num treino que lhe ficou na memória. «Uma vez ele fez um chapéu a Guardiola no treino. Pep parou completamente e começou a aplaudi-lo. Seguimos todos a deixa», recordou o também companheiro de equipa de Romário na equipa blaugrana.

Transferido dois anos depois para o Valência, Romário continuou a fazer golos, e a treinar a seu bel-prazer.

«Não corria, e gritava repetidamente, ‘que corram os jovens, Mendieta e companhia, eu não estou para correr’. A justificação era simples: para ele, se tivesse de correr para defender siginificava que não ia estar fresco perto da área, onde tinha uma mudança de ritmo espetacular» afirmou José Ignacio, que continuou, com o que para ele era a forma de se lidar com Romário: «Se o mantivesses contente ganhava-te o jogo sozinho. Mas tinhas de lhe dar a bola dentro da área.»

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