Sá Pinto: «Vasco? Tive de ajudar jogadores porque não tinham o que comer» - TVI

Sá Pinto: «Vasco? Tive de ajudar jogadores porque não tinham o que comer»

Vasco da Gama venceu Caracas, por 1-0, em jogo da primeira mão da segunda fase da Taça Sul-americana (Mauro Pimentel/AP)

Técnico relata as dificuldades nos dois meses no Brasil: «Às vezes queria fazer marcações no campo e não havia dinheiro para comprar tinta»

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Sá Pinto deu uma entrevista em que relatou as dificuldades por que passou nos dois meses em que esteve no comando do Vasco da Gama, inclusive com alguns jogadores a não terem dinheiro para comer.

«Eu sabia que a situação financeira era difícil. Atraso de um mês, um mês e tal tudo bem, mas estive aí por três meses nos quais eu e minha equipa técnica não recebemos um salário. Os jogadores não receberam um salário, ninguém recebeu», contou o técnico português em entrevista à Globo.

«Eu tive de ajudar financeiramente jogadores, porque eles não tinham o que comer. Diretores do Vasco tiveram que comprar pão e outras coisas para se fazer um pequeno almoço. Enfim, coisas inacreditáveis. Eu ajudei um jogador que não tinha dinheiro. Outros diretores ajudaram porque não havia dinheiro para comprar pão, um fiambre ou um sumo», garantiu Sá Pinto, acrescentando: «Às vezes eu queria fazer marcações no campo e não havia dinheiro para comprar tinta. Tínhamos de comprar.»

«Eu desconhecia que havia eleições do clube, elas aconteceram 15 dias depois de eu chegar. Estava preparado para uma situação financeira difícil, com o clube a pagar aqui e acolá, mas quase três meses sem pagar a mim e aos jogadores é uma coisa inacreditável. Ainda não recebi um salário», disse ainda Sá Pinto.

«Até hoje, devem quatro meses a mim e à minha equipa técnica. Ninguém da direção nova teve a hombridade ou a delicadeza, e ao meu ver a obrigação, de me dar uma resposta e pedir desculpas», acrescentou.

O técnico lamenta que tenha sido despedido quando o Vasco da Gama tinha uma série de jogos teoricamente mais fáceis e fala das soluções que só chegaram após a sua saída.

«O Martín Benítez, que era um jogador tão importante, dizia-me: “Ó, Mister, o presidente não resolve a minha situação. Já estamos em novembro e ainda não sei de nada”. O Benítez foi embora, fizemos uma festa de despedida porque não se pôde pagar o Benítez», começou por recordar.

«Depois de eu sair, no dia a seguir ou dois dias a seguir, pagaram logo o salário. Passaram quatro dias e foram buscar o Benítez outra vez. Por que não nos ajudaram antes? Eu não mereço isso. Isso foi uma tremenda falta de respeito porque aguentei todas as dificuldades, e foram muitas», apontou, dizendo que sempre defendeu a equipa.

«Quando os adeptos entraram nos treinos dei sempre a cara e defendi a equipa. E no melhor da festa tiraram-me do meu trabalho.»

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