«Sou de Setúbal: como letras, meto calão e às vezes sai-me um ‘gajo’» - TVI

«Sou de Setúbal: como letras, meto calão e às vezes sai-me um ‘gajo’»

Bruno Lage

Bruno Lage revela que teve receio de que a comunicação não passasse

Relacionados

Nesta quinta-feira, ao sentar-se perante o pelotão de fuzilamento – jornalistas, leia-se -, a primeira frase de Bruno Lage foi para o assessor de comunicação, que apontou a uma conversa de «uma horinha». «Não eram 15 minutos?», questionou o técnico, arrancando os primeiros sorrisos na sala.

Isto resume um pouco a forma de estar de Bruno Lage: é mais reservado do que propriamente tímido, mas tem um sentido de humor apurado, que muitas vezes se traduziu em tiradas que não deixaram ninguém indiferente.

Contudo, a comunicação é algo que preocupava o treinador que, em janeiro, trocou a equipa B do Benfica pelo banco da formação principal, que acabaria por conduzir ao título.

«A comunicação era o meu maior receio. Eu até pensava que era uma lacuna minha e não sabia o que iam pensar de mim nas conversas aqui com vocês. Mas aquilo que eu mais queria era ser verdadeiro e dizer aquilo que ia sentindo», começou por explicar, ao ser questionado sobre a importância da comunicação para os treinadores de alto nível.

«Eu ainda tenho muito a aprender e tenho aprendido muito com o senhor que está ali [apontando para o assessor de comunicação, Ricardo Lemos], não tanto no que dizer, mas na forma de o fazer», continuou, deixando clara, depois, a sua essência.

«O que me dá maior prazer é poder chegar aqui e poder falar como quando falo com os amigos. Eu sou de Setúbal e falo como os setubalenses: como um bocadinho as letras, corto ali e acolá, meto um calão e de vez em quando sai-me um ‘gajo’. Mas eu prefiro que seja assim, porque é aquilo que eu sou. E podemos estar aqui e conseguimos falar, não como amigos, mas de forma a eu poder chegar aos benfiquistas», analisou.

E se tinha chegado junto dos jornalistas com alguns receios, ao longo da conversa foi-se soltando de forma natural.

Exemplos? A forma como pediu ao assessor de imprensa para deixar prolongar um pouco mais a conversa quando a tal «horinha» chegou ao fim.

Mais? A frase com que se despediu ao sair do espaço rumo às férias, já depois de ter admitido que era impossível passar despercebido sendo treinador do Benfica, voltando atrás para soltar: «Olhem, se virem um gajo disfarçado com chapéu, óculos escuros e bigode não sou eu, ok?».

Continue a ler esta notícia

Relacionados