Um motorista português de veículos pesados morreu na noite de domingo numa estação de serviço perto de Calais, França, após alegados confrontos com três migrantes que teriam subido a bordo do camião para passarem a fronteira com o Reino Unido.
O incidente deu-se na estação de serviço de Epitre, ponto de paragem habitual para muitos condutores que atravessam o Túnel da Mancha ou o porto de Calais, e o motorista português terá obrigado três migrantes que se tinham escondido no camião a descerem de forma a não passarem de forma ilegal para o Reino Unido.
Segundo meios de comunicação social franceses, os migrantes terão agredido o condutor português, de 48 anos, que entrou em seguida na cabine do camião e acabou por ter um ataque cardíaco.
O motorista foi socorrido no local, mas acabou por morrer após ter recebido auxílio médico por parte dos bombeiros. Os migrantes fugiram do local.
A situação foi relatada às autoridades pelo segundo motorista do camião, também de nacionalidade portuguesa.
A polícia está agora a investigar o caso, tendo já divulgado que o motorista português havia assinalado às autoridades a presença de migrantes no seu camião antes do incidente que levou à sua morte.
Só em 2021 já chegaram ao Reino Unido mais de 22 mil pessoas através de pequenas embarcações vindas de França, que atravessam o canal da Mancha junto a Calais. Outros migrantes tentam passar a fronteira subindo a bordo de camiões que atravessam o Túnel da Mancha ou vão através de ferry até terras britânicas, saltando para cima dos veículos em andamento ou erguendo barricadas de forma a desacelerar a velocidade e conseguirem subir para os camiões.
Há entre 1.000 a 1.500 migrantes atualmente na região de Calais que tentam passar para o Reino Unido.
Família não pediu apoio
A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas disse esta quarta-feira que as autoridades francesas lhe transmitiram que decorre uma investigação à morte deste motorista português em Calais. Em resposta a uma solicitação da agência Lusa, Berta Nunes indicou que o Consulado-Geral em Paris está em contacto com as autoridades francesas, que informaram que está a decorrer uma investigação sobre os contornos exatos do sucedido.
Segundo o esclarecimento da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, a família deste cidadão português, ou qualquer outra entidade, não solicitaram apoio junto da Embaixada ou do Consulado-Geral.
“A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas continua a acompanhar este caso”, adiantou a informação.