Para o ministro da Economia, eventuais sanções a Portugal seriam "extremamente injustas" para o povo português. Manuel Caldeira Cabral defende que o mais útil nesta altura seria "acabar com a discussão e andar em frente".
"Penso que sobre as sanções da União Europeia, as notícias que tivemos foram positivas. Esse processo está a ter um bom encaminhamento e há uma atitude sensata por parte dos países do União Europeia"
Depois de uma visita à Siderurgia Nacional, no Seixal, o governante disse aos jornalistas que agora é preciso ver a evolução do processo, mas defendeu que essas penalizações seriam "extremamente injustas".
"Estariam a avaliar o trabalho do governo anterior. Podemos discutir se os resultados foram melhores ou piores, mas houve um enorme esforço e sacrifício dos portugueses, com alguns resultados, e seria muito injusto penalizar o povo português", salientou.
O mais importante é "olhar para o futuro" e acabar com a discussão sobre o tema, defendeu ainda.
"Vamos ver o que vai ser decidido, poderá ser uma punição simbólica. Penso que seria mais útil acabar com esta discussão, andar em frente e reconhecer que se fez um sacrifício e esforço com alguns resultados. O Governo continua com um processo de consolidação, empenhado em pôr as contas públicas em ordem e em diminuir o endividamento do país"
A Comissão Europeia anunciou na quinta-feira que lançou processos de sanções a Portugal e Espanha por não terem tomado “medidas eficazes” para corrigir os seus défices excessivos. A decisão final caberá aos ministros das Finanças da União Europeia, no Ecofin da próxima terça-feira, 12 de julho.
A OCDE voltou a mostrar-se agora contra as ditas penalizações, dando um puxão de orelhas a Bruxelas, precisamente a partir de Lisboa.