Dívida: afinal, vice do PS não se está a marimbar - TVI

Dívida: afinal, vice do PS não se está a marimbar

Pedro Nuno Santos quer «negociar» com credores alemães. Líder parlamentar desvaloriza: «Foi num contexto de festa»

A polémica estalou bem cedo, com as declarações do vice-presidente da bancada parlamentar do PS a sugerir que Portugal deveria ameaçar os banqueiros alemães e franceses com a suspensão do pagamento da dívida nacional.

«Ou os senhores se põem finos ou não pagamos». Mas o deputado socialista veio entretanto garantir que a frase é uma pequena parte de um longo discurso, no qual não faz a apologia do «não pagamento», antes o recurso a «armas negociais». Já o grupo parlamentar desdramatiza: «Foi num contexto de festa».

Só esta quinta-feira foram conhecidas estas declarações, proferidas num jantar de Natal, em Castelo de Paiva, rodeado de militantes, e, apesar da «metafórica forte», que o líder da bancada parlamentar desculpa pelo contexto festivo, Carlos Zorrinho alega que o deputado Pedro Nuno Santos até «fez um alerta importante: é preciso pagar a dívida, mas com condições».

«Estou a marimbar-me para o banco alemão que emprestou dinheiro a Portugal nas condições em que emprestou», disse, no passado sábado, Pedro Nuno Santos, num jantar partidário.

«Estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis. Temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e dos franceses. Essa bomba atómica é simplesmente não pagamos. Ou os senhores se põem finos ou não pagamos», reforçou o socialista, sublinhando que «se não pagarmos a dívida, e se lhes dissermos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem».

Entretanto, Pedro Nuno Santos esclareceu que nunca defendeu que Portugal deixe de pagar a dívida aos países credores como sugerem declarações suas feitas no sábado e captadas pela Rádio Paivense FM.

Essas declarações «são alguns segundos de uma intervenção muito longa, mas não fiz a apologia ao não pagamento da dívida». «Aquilo que quis dizer é que um Governo na situação em que o nosso está deve usar todas as armas negociais para impor melhores condições e, de certa forma, aliviar os sacrifícios que têm sido impostos ao povo português. E isso reafirmo».

Na semana passada, foram conhecidas declarações de José Sócrates, que actualmente estuda Ciência Política em Paris, e que afirmou que o pagamento da dívida «é uma ideia de criança».
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