Champions: Dínamo Kiev-Benfica, 0-0 (crónica) - TVI

Champions: Dínamo Kiev-Benfica, 0-0 (crónica)

Encarnados escapam a golpe de teatro na Ucrânia

O Benfica regressa da Ucrânia com um ponto na jornada inaugural da fase de grupos da Champions League. A equipa de Jorge Jesus demonstrou ser superior ao Dínamo Kiev, campeão ucraniano, mas não conseguiu aproveitar as escassas oportunidades de golo que criou ao longo do encontro e esteve até perto de perder, tremendo com um golo anulado à equipa da casa já no período de descontos (0-0).

O Dínamo Kiev preparou um verdadeiro golpe de teatro para a reta final da partida, aproveitando a apatia generalizada do adversário, que não melhorou com as alterações introduzidas por Jorge Jesus. Em poucos minutos, os ucranianos criaram três grandes oportunidades de golo e Shaparenko chegou a festejar, mas o lance viria a ser anulado por fora-de-jogo de Garmash antes do cruzamento. Enorme alívio para o Benfica.

O duelo entre o treinador mais velho da história da Champions League e o segundo mais velho nesta edição da prova foi essencialmente tático.

Mircea Lucescu, do alto dos seus 76 anos, não sentiu qualquer embaraço em entregar a iniciativa de jogo ao adversário, apostando num bloco baixo e na capacidade de resposta em contra-ataques rápidos.

Sem surpresa, o Benfica chegou ao intervalo com 67 por cento de posse de bola. A formação encarnada teve espaço e tempo para criar até entrar no último reduto ucraniano. Aí, grande parte dos caminhos estavam tapados.

Naturalmente, o jogo suspirava por lampejos de velocidade ou criatividade. Rafa, nesse aspeto, demonstrou mais uma vez ser imprescindível no futebol encarnado. O internacional português provocou vários desequilíbrios ao longo do encontro, demonstrando atravessar um grande momento de forma. Falta-lhe melhor capacidade de decisão.

Ainda assim, a equipa de Jorge Jesus fez apenas um remate enquadrado com a baliza na primeira parte, já perto do intervalo: um remate de Yaremchuk para defesa incompleta de Boyko. Do outro lado, Vlachodimos respondeu à altura perante a maior ameaça do Dínamo Kiev, logo ao 9.º minuto, na sequência de um livre cobrado por Shaparenko.

Da etapa inicial, o Benfica guarda ainda um lance de perigo em que Everton ficou a pedir mão na bola de Sydorchuk (34m) no interior da área ucraniana. Contas feitas, pouca produção ofensiva para tamanho domínio no jogo.

O intervalo não alterou a dinâmica do encontro, Yaremchuk viu Boyko superiorizar-se novamente num duelo particular – após mais uma iniciativa de Rafa – e Jesus decidiu não perder mais tempo. Tirou algumas das unidades menos inspiradas, passando precisamente por Yaremchuk, também por Gilberto mas sobretudo por Everton, para apostar na acutilância de Lázaro, Radonjic e Darwin Nuñez.

Darwin Nuñez, em grande destaque na goleada nos Açores, entrou para jogar no centro do ataque e numa altura em que o espaço ia cada vez mais escasseando. Para o uruguaio, que anseia por liberdade de movimentos, não era claramente o cenário ideal. Lázaro e Radonjic também não corresponderam às expectativas.

O Dínamo Kiev procurava estranheza pela ausência de atrevimento ofensivo, parecendo não arriscar um milímetro. Uma postura nada condizente com o desempenho no campeonato ucraniano: sete jogos, seis vitórias, um empate, 22 golos marcados e apenas dois sofridos, ambos fora de casa.

Porém, numa altura em que o Benfica já parecia desligado do jogo e resignado com o empate, os ucranianos aproximaram-se da área encarnada e acreditaram. Criaram três enormes oportunidades na reta final do encontro (bola foi à trave, a Vlachodimos e ao poste) e Shaparenko chegou a festejar, na sequência de um cruzamento de Garmash. Porém, o VAR viria a salvar a equipa de Jorge Jesus, descortinando uma posição irregular antes do cruzamento.

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