Alberto, o melhor tenista de sempre - TVI

Alberto, o melhor tenista de sempre

Chuteiras Pretas

«Chuteiras Pretas»

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«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às segundas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».

Partia raquetes como o John McEnroe, corria mais do que o Rafa Nadal, era ainda mais cavalheiro do que o Roger Federer.

Não aparecia nas primeiras páginas dos jornais, mas todos os dias conquistava o supremo troféu: depois do duche, chegava a casa e tinha à espera a família. Não era preciso mais nada.

O beijo da Teresa, o abraço da Catarina, o olhar babado da Ema e do Santiago eram uma mistura de Roland Garros, Wimbledon, Flushing Meadows e Open da Austrália. Tudo no mesmo dia, o Grand Slam todos os dias.

O court de ténis era a sua injeção de adrenalina. Era ali que carregava a bateria, entre berros, pancadas mortíferas de direita, serviços pesados fortíssimos e as piadas do costume: «Quem perder, já sabe, tem de pagar as cervejas no bar!».

Foi o melhor tenista de sempre. De longe. O que lhe faltava em técnica, sobrava em intensidade; se aquela esquerda saísse mais curta, corria mais do que o massacrado joelho lhe permitia e lá salvava mais um pontinho. Se a direita viesse à maneira, então meus senhores, saiam da frente e salve-se quem puder.

Estava um frio que não se aguentava? Lá estava ele a jogar. O calor era insuportável? Maravilha, lá ia ele. Ventos fortes? Só se fosse para os meninos. Desse por onde desse, tinha sempre de haver tempo para aquele momento quase religioso: o Alberto adorava jogar ténis com os amigos.

Ah sim, falta-me apresentar o melhor tenista de sempre. Chamava-se Alberto Sousa, tinha 67 anos e jogou ténis até ao último instante. Foi feliz, como só ele sabia e como obrigava todos os que o rodeavam a ser. Até ao último set, à última pancada, à ultima ‘boca’ mandada para o lado de lá do court.

Game, Set, Match: mister Sousa. Obrigado por tudo, Alberto. Até sempre!

«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às segundas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».

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