Um português que já passou pela Dreamworks e pela Pixar

Ele já trabalhou na Pixar, entretanto mudou-se para a Dreamworks, e agora está por conta própria à conquista do cinema norte-americano. Afonso Salcedo é um artista português radicado nos EUA há vários anos. Especializou-se na iluminação do cinema animado, mas trocou essa especialização pelo seu próprio estúdio.

Numa passagem por Lisboa, Afonso falou com o Cinebox sobre o novo desafio e sobre o futuro da animação, que bem conhece por dentro.

Para Afonso, «Brave - Indomável» «foi um dos melhores filmes de animação» de 2012, justificando plenamente o Óscar ganho na categoria.

Sobre o mundo da animação em Hollywood, Afonso Salcedo disse que «há muita competição agora e há imensos filmes que são bastante semelhantes», chamando a atenção que a quebra nas vendas de DVDs alterou algumas das regras do jogo. «Os estúdios estão a tentar descobrir como é que hão-de recuperar», contou.

Afonso adivinha que os próximos anos vão ser abundantes em número de produções de animação, tanto da Pixar como da Dreamworks, mas também com a Paramount, que «vai começar a fazer filmes de animação».

Ao Cinebox, o artista português recordou a sua passagem pela Dreamworks («faz imensos filmes, há imensos projetos para trabalhar em partes criativas de animação») e pela Pixar, que tomou como uma segunda família.

«A Pixar tem uma cultura de família e, como estive lá durante sete anos, conheço toda a gente como se fossem da minha família», revelou.

Após a passagem pelos dois gigantes do cinema de animação de Hollywood, Afonso Salcedo decidiu-se por um novo desafio, agora «a solo».

«Depois de oito anos a fazer projetos de animação, acho que é uma boa altura para começar a fazer os meus próprios filmes e trabalhar noutros projetos. (...) É sempre saudável uma pessoa desafiar-se a ela própria», disse o cineasta que admite também trabalhar para televisão.

O regresso profissional a Portugal está, por agora, longe dos seus planos, mas Afonso até admite vir a trabalhar cá se surgir uma boa oportunidade: «A maior parte dos meus projetos são na Califórnia, mas se eu pudesse fazer um filme em Portugal... na boa! Comecem a enviar ideias!».