Manoel de Oliveira morreu esta quinta-feira, no Porto, aos 106 anos, deixando uma filmografia com mais de 50 obras, entre curtas e longas-metragens, ficção e documentário, tendo feito os dois últimos filmes - «O Gebo e a sombra» e «O velho do Restelo» - com Luís Urbano.
«Havia um certo medo em relação a ele, mas gostei sempre de trabalhar com ele. Sabia o que queria muito bem e transmitia nos seus filmes aquilo que era mais importante», disse.
Para o produtor, o mais importante agora é ver o cinema de Manoel de Oliveira.
«Deixa um legado de liberdade, persistência e energia. É uma boa oportunidade de ver a obra dele. Não é só colecionar estatísticas, é ver o seu cinema».
Manoel de Oliveira, que cumpriu o desejo de trabalhar e filmar até ao fim, deixa pendentes alguns projetos e argumentos.
«O que estava mais adiantado era a adaptação de três contos do Machado de Assis [«A igreja do diabo»], que era para ser filmado no Brasil e foi sendo adiado sempre na esperança de que recuperasse fisicamente», disse Luís Urbano, da produtora O Som e a Fúria.