Filmes de três portugueses no Festival de Cannes - TVI

Filmes de três portugueses no Festival de Cannes

Manoel de Oliveira [REUTERS/Fabrizio Bensch]

Obras de Miguel Gomes, Susana Nobre e Manoel de Oliveira vão ser exibidos no festival que decorre de 13 a 24 de maio

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"As mil e uma noites", de Miguel Gomes, "Provas, exorcismos", de Susana Nobre, e o filme biográfico "Visita ou memórias e confissões", de Manoel de Oliveira, são exibidos no Festival de Cinema de Cannes, que começa na quarta-feira.

Com a atriz Ingmar Bergman a marcar a imagem oficial da 68.ª edição, o Festival de Cinema de Cannes decorrerá de 13 a 24 de maio, sem qualquer produção portuguesa em competição. O filme de Manoel de Oliveira será mostrado no âmbito de um tributo, enquanto Miguel Gomes e Susana Nobre se apresentam na Quinzena dos Realizadores.

Ao longo da carreira, Manoel de Oliveira estreou mais de uma dezena de filmes em Cannes e recebeu um prémio de carreira em 2008. O festival francês presta-lhe agora uma última homenagem, exibindo, no dia 21, "Visita ou memórias e confissões", rodado no Porto em 1982, e que só poderia ser exibido postumamente, por vontade do cineasta.

Na Quinzena dos Realizadores, os filmes "O inquieto", "O desolado" e "O encantado", que compõem "As mil e uma noites", de Miguel Gomes, serão exibidos nos dias 16, 18 e 20 de maio, respetivamente.

Recorrendo a reportagens feitas pelos jornalistas José Oliveira, Rita Ferreira e João de Almeida Dias, Miguel Gomes traça a história de um país mergulhado numa crise económica, em austeridade e desemprego, misturando a fantasia dos contos populares árabes de "As mil e uma noites", narrados pela rainha persa Sherazade.

Já "Provas, Exorcismos", curta ficção de Susana Nobre, conta a história de Óscar Germano, um operário que se vê confrontado com o encerramento da fábrica onde trabalhou durante 25 anos, em Alhandra, e que procura um novo emprego. O filme mostra os rituais quotidianos da vida da casa, do trabalho, numa localidade onde a paisagem é marcada pelo rio, a serra, a fábrica e a linha do comboio.

O festival de Cannes abrirá na quarta-feira com "La tête haute", de Emmanuelle Bercot, e conta com 19 filmes na competição oficial pela Palma d'Ouro, cujo júri é presidido pelos irmãos Ethan e Joel Coen.

Entre os filmes em competição, a maioria da Europa, contam-se "Mia madre", de Nanni Moretti, "Youth", de Paolo Sorrentino, "Lobster", de Yorgos Lanthimos, e "Il racconto dei racconti", de Matteo Garrone.

Pela Palma d'Ouro lutarão ainda Jacques Audiard, com "Dheepan", Todd Haynes, com "Carol", e Gus Van Sant, com "The Sea of trees", entre outros.

Feitas as contas, Itália e França dominam a competição, com uma nova geração de realizadoras francesas e uma inesperada apropriação da língua inglesa por realizadores italianos, refere a agência France Presse.

Fora de competição serão exibidos, por exemplo, "Irrational man", de Woody Allen, "Inside out", nova animação da Pixar, um novo filme da série "Mad Max", de George Miller, "O principezinho", de Mark Osborne, a partir do livro homónimo de Saint-Exupéry, e um documentário sobre a cantora britânica Amy Winehouse.

Cannes recordará ainda Ingrid Bergman e Orson Welles, pelo centenário do nascimento de ambos, Manoel de Oliveira e assinalará os 120 anos do nascimento do cinema, a contar das primeiras projeções dos irmãos Lumière.

A realizadora belga Agnès Varda, de 86 anos, receberá a Palma de Ouro de honra, pela longa carreira ligada ao cinema e pelo contributo para a nova vaga do cinema francês. É a primeira vez que o prémio é atribuído a uma mulher.
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