Óscares: «Birdman» voou mesmo mais alto - TVI

Óscares: «Birdman» voou mesmo mais alto

Apontado como favorito, o filme de Alejandro González Iñárritu levou a melhor sobre os restantes nomeados ao conquistar quatro estatuetas, incluindo a mais desejada da noite, a de Melhor Filme

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O filme «Birdman» foi o grande vencedor da 87ª cerimónia dos Óscares ao conquistar quatro estatuetas, incluindo a mais desejada da noite, a de Melhor Filme. O filme do mexicano Alejandro González Iñárritu, realizador de «Biutiful» e «Babel», também foi distinguido nas categorias de Melhor Realização, Melhor Argumento Original e Melhor Direção de Fotografia.



Veja a lista completa de todos os vencedores

Quem também levou quatro prémios para casa foi «O Grande Hotel Budapeste». No entanto, o filme indie de Wes Anderson foi distinguido apenas em categorias técnicas: Melhor Guarda-Roupa, Melhor Caraterização, Melhor Banda Sonora e Melhor Direção Artística.

A surpresa da noite terá sido o número de Óscares conquistado por «Whiplash - Nos Limites». O filme de Damien Chazelle, que retrata a problemática relação entre um aluno de uma escola de música e o seu professor, distinguiu J.K. Simmons como melhor Ator Secundário e ainda conquistou as categorias de Melhor Montagem e Melhor Mistura de Som.



A noite foi, no entanto, de poucas surpresas. No caso dos atores, além do vencedor antecipado J.K. Simmons, os restantes distinguidos também foram aqueles que partiam como os grandes favoritos.

O britânico Eddie Redmayne foi o Melhor Ator pelo seu papel em «A Teoria de Tudo», um retrato da vida de um dos mais conceituados físicos do mundo, Stephen Hawking, conquistando assim o seu primeiro Óscar. No discurso de agradecimento aproveitou para dedicar o prémio a todos os que sofrem da mesma doença que Hawking, a Esclerose Lateral Amiotrófica.



Do lado das atrizes, a veterana Julianne Moore conseguiu à quinta nomeação levar o tão desejado Óscar para casa, pelo seu papel em «Alice», onde interpreta uma professora a braços com a doença de Alzheimer. E, à semelhança do que fez Redmayne, Moore também dedicou o prémio a todos os que sofrem desta doença.



Se se pode falar em derrotados da noite, um deles terá sido inevitavelmente «Boyhood: Momentos de Uma Vida», de Richard Linklater, que estava nomeado para cinco categorias, mas que apenas conseguiu vencer na de Melhor Atriz Secundária.

Patricia Arquette subiu ao palco para fazer um dos discursos da noite, defendendo a igualdade de género e os direitos das mulheres.

«É tempo de haver igualdade salarial de uma vez por todas e igualdade de direitos para as mulheres.»





E por falar em grandes discursos, palavras emocionadas foi coisa que não faltou a esta cerimónia dos Óscares.

Graham Moore, que recebeu o Óscar de Melhor Argumento Adaptado por «O Jogo da Imitação», protagonizou outro dos momentos da noite, fazendo uma confissão de foro intimo ao revelar que já se tinha tentado suicidar.

«Mantenham-se diferentes, mantenham-se esquisitos. [...] Nunca desistam», foram as palavras que arrancaram aplausos de pé na plateia do Dolby Theatre.



De resto, «O Jogo da Imitação», que partia com oito nomeações, só conseguiu mesmo este Óscar. 

Outro dos filmes que só conseguiu uma distinção foi «Selma», baseado na história de Martin Luther King e nas lutas raciais dos Estados Unidos, cuja canção «Glory» levou John Legend e o rapper Common ao palco. Aqui, mais do que emocionadas, as palavras foram de ordem.

«Selma é um filme de agora porque a luta pela liberdade e pela Justiça é de agora», disseram os cantores, no discurso de agradecimento.



A parte técnica também deu Óscares a «Sniper Americano» e a «Interstellar». O filme de Clint Eastwood levou a estatueta de Melhor Montagem de Som e a obra de Christopher Nolan foi distinguida pelos Efeitos Especiais.

Se «Boyhood» e «O Jogo da Imitação» podem ser considerados derrotados por terem levado apenas um Óscar quando estavam nomeados para várias categorias, o mesmo se pode dizer de «Foxcatcher», que tinha cinco nomeações. Com a diferença de que o filme de Bennet Miller ficou a zeros, sem nenhuma distinção.

O Melhor Filme Estrangeiro foi para a Polónia, com a vitória do filme «Ida», de Pawel Pawlikowski. Já o Melhor Documentário premiou o trabalho da vencedora de um Pulitzer Laura Poitras, que com «Citizenfour» registou o caso do espião norte-americano Edward Snowden. 

«Big Hero 6: Os Novos Heróis» foi considerada a Melhor Longa Metragem de Animação.

Pelo meio houve vários momentos musicais, de Adam Levine a Rita Ora. O destaque foi no entanto a atuação de Lady Gaga que transportou o público para o icónico «Música no Coração».



Uma viagem que se concretizou mesmo, com a subida ao palco de Julie Andrews, a atriz do musical que ainda hoje é um marco na história da sétima arte.

O anfitrião de serviço, Neil Patrick Harris, foi o responsável pelos momentos de humor
, chegando até a ficar apenas de boxers perante a plateia do Dolby Theatre.



«Vamos celebrar os melhores e os mais brancos, desculpem, os mais brilhantes», terá sido uma das piadas de maior relevo, uma vez que destacou um dos pontos que esteve envolvido em maior polémica nas últimas semanas: o facto de não haver negros nos nomeados das principais categorias.

Como é habitual em todas as cerimónias, a Academia também recordou os que partiram. Desta vez Meryl Streep não subiu ao palco para receber um Óscar, mas antes para homenagear figuras tão sonantes como Robin Williams ou Lauren Bacall.




O evento foi, como é habitual, cheio de glamour, vestidos elegantes e jóias vistosas
. Los Angeles e o mundo pararam para o desfile das estrelas da sétima arte pela passadeira vermelha.

Óscares atribuídos e contas feitas, para o ano há mais!
 
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