Exposição com obras de Mimmo Rotella evoca «idade de ouro» do cinema - TVI

Exposição com obras de Mimmo Rotella evoca «idade de ouro» do cinema

Cinemateca Portuguesa

Mostra na Cinemateca e no Centro Português de Serigrafia

Uma exposição sobre Mimmo Rotella (1918-2006), pioneiro na técnica da «décollage», vai evocar, em Lisboa, os «anos de ouro» do cinema a partir de sexta-feira, como resultado de uma parceria entre a Cinemateca e o Centro Português de Serigrafia (CPS).

«Nos anos cinquenta, altura em que se questionava o fim da própria pintura, Rotella foi pioneiro em usar a imagética de parede, principalmente associada ao cinema, retirada da cidade de Roma», recordou o director do CPS, João Prates, em declarações à agência Lusa.

A exposição reúne 50 obras de Mimmo Rotella (48 dedicadas ao cinema e duas ao circo) dispersas por vários núcleos, desde a Cinemateca, onde estão 15 obras, até três espaços do CPS, em Lisboa, onde estão as restantes.

João Prates sublinhou o papel pioneiro do artista italiano no movimento artístico do novo realismo, através da técnica da «décollage», que iniciou em 1953.

Mimmo Rotella percorria nessa altura as ruas de Roma e recolhia os restos de cartazes, levava-os para o seu atelier e criava obras de arte com as imagens, que se tornariam ao mesmo tempo verdadeiros documentos históricos.

«É um artista fundamental na história da arte contemporânea do século XX», salientou João Prates sobre Rotella, artista integrado na corrente do novo realismo, comparando-o a artistas como Andy Warhol, na apropriação de imagens do seu próprio tempo.

Ao usar cartazes rasgados para criar obras de arte, Mimmo Rotella introduziu «uma verdadeira inovação técnica e linguística no universo das formas artísticas».

Da parceria entre o CPS e a Cinemateca Portuguesa resultou a exposição «Cinecittá», centrada em figuras míticas do cinema como Marilyn Monroe, Grace Kelly, Elvis Presley, James Dean, Clark Gable, Vivien Leigh, Ingrid Bergman ou Gregory Peck.

Além da Cinemateca, os núcleos repartem-se pela sede do CPS, em São Bento, a galeria no Centro Cultural de Belém e o espaço nas Twin Towers.

A mostra, que estará patente até 31 de Dezembro na Cinemateca e até 30 de Novembro nos espaços CPS, é complementada pela projecção do filme «Quanto Mais Quente Melhor», de Billy Wilder (1959), na Sala Dr. Félix Ribeiro, no dia da inauguração, dia 29, às 21:30.

Na sede do CPS estará ainda exposta uma serigrafia de homenagem a Mimmo Rotella feita pelo artista português Carlos Barroco, bem como um vídeo de 1995 que estabelece um paralelismo desta linguagem artística num enquadramento nacional.
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