O que se aprende com Stephen Frears contado pelo «aluno» Nuno Lopes - TVI

O que se aprende com Stephen Frears contado pelo «aluno» Nuno Lopes

Nuno Lopes - lançamento da colecção audiolivros (foto Manuel Lino)

«Master class» do realizador inglês no Estoril Film Festival

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Stephen Frears deu este sábado uma master class para profissionais no Estoril Film Festival e, entre uns alunos mais conhecidos e outros menos, muitos foram os actores que disseram presente para colocar questões e obter respostas; no fundo, enriquecer a sua arte.

A aula, como se disse, era restrita para profissionais e, portanto, é cumprida a exclusividade de cada métier. Mas como há outros profissionais que têm também muitas vezes de fazer perguntas para cumprir a sua função o IOL Cinema pediu a ajuda de Nuno Lopes para que também o público possa receber algumas respostas.

O actor português contou que os temas foram «muito específicos para actores», na forma de «uma conversa pergunta/resposta», pois o objectivo é mesmo ir ao que interessa sem rodeios, que estas oportunidades de aprender com quem pode acrescentar algo não aparecem todos os dias.

Mais em concreto, Nuno Lopes explica que uma das consequências destas conversas é «ficar-se a perceber o ponto de vista» com que foi feito um filme que já se viu e cuja única interpretação até então é feita por quem está no plano de espectador. Mas não se fica pelos conceitos.

O exemplo de Abel Ferrara

No caso de Stephen Frears, o actor português confessou a surpresa quanto à forma como o realizador dirige os actores: «Ao contrário do que se pensa, ele não ensaia com os actores. É outra visão. É um processo que é muito interessante.»

Stephen Frears revelou a «relação dele com os actores, como faz os castings», como tem em atenção este processo, em logo aí procurar «a qualidade» que pretende quando já se está a filmar. O próprio realizador o reafirmou depois (desta vez já de viva voz) que, a fazer um casting, leva «o tempo que for preciso».

Nuno Lopes assume que é dos que não desperdiçam estas oportunidades de enriquecimento; seja cá em Portugal seja no estrangeiro, em outras master classes ou outros festivais.

Estas são aprendizagens que se vão sedimentando e cujos frutos podem ser colhidos não apenas no curto, mas também no médio e longo prazo. Como pôde comprovar com uma outra aula a que assistiu na Argentina: «Gostei muito dessa master class do Abel Ferrara. Mas só dois anos mais tarde é que pude pôr em prática o que aprendi na altura.»
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