Óscares: Day Lewis fez história no ano de «Argo» - TVI

Óscares: Day Lewis fez história no ano de «Argo»

  • IOL Cinema
  • Nuno Madureira e Paula Oliveira
  • 25 fev 2013, 06:00

Britânico é o primeiro com três Óscares de melhor Ator principal. Como em 2005, Ang Lee foi Melhor Realizador sem o Melhor Filme.

Relacionados
«A Vida de Pi» ficou à frente no número de Óscares. A partir da Casa Branca, a primeira dama dos EUA, Michelle Obama, confirmou «Argo» como o Filme do ano. Mas o prémio que vai ficar nos registos calhou à obra de Steven Spielberg, «Lincoln», com a histórica e inédita terceira estatueta de Melhor Ator Principal para Daniel Day-Lewis.

Depois dos Óscares conseguidos com «O Meu Pé Esquerdo» e «Haverá Sangue», o ator britânico, de 55 anos, consolidou ainda mais o seu estatuto entre os maiores de sempre. Lewis agarrou o momento, protagonizando um discurso intenso e bem-humorado. Pertenceu-lhe uma das piadas da noite, ao agradecer a Meryl Streep o facto de ter trocado de papéis, ficando ele com Lincoln e ela com Margaret Thatcher, ao contrário do que estava inicialmente planeado, garantiu.

VÍDEO: «Argo», o Melhor Filme

VÍDEO: Daniel Day-Lewis, o tri-Óscar

VÍDEO: Jennifer Lawrence, a Melhor Atriz

VÍDEO: Ang Lee, o Melhor Realizador

A LISTA: os vencedores

VÍDEO: Quentin Tarantino, Melhor Argumento

Piadas à parte, a estreia de Ang Lee na tecnologia 3D, com «A vida de Pi», valeu-lhe o prémio de Melhor Realização, repetindo um desfecho que já tinha acontecido em 2005, com «Brokeback Mountain». É raro o prémio de Realizador não ser acompanhado pelo de melhor filme, como já aconteceu por duas vezes ao realizador de Taiwan.

Além do Melhor Filme, com «Argo», Ben Affleck pôde deforrar-se do esquecimento a que foi votado como Realizador, festejando também a vitória na categoria de Melhor Montagem e Melhor Argumento Adaptado. Em cima do palco, o ator/realizador gaguejava de emoção, acompanhado pela equipa de produção e por um sorridente George Clooney.

O Óscar de Melhor Atriz foi uma meia surpresa da noite, com Jennifer Lawrence, de 22 anos, a dar o único prémio ao filme «Guia para um Final Feliz». Já na categoria de Atriz Secundária, surpresa nenhuma, com a distinção esperada para Anne Hathaway, um dos três prémios de «Os Miseráveis».

«Django Libertado», o filme de Quentin Tarantino, venceu duas estatuetas. Para Christopher Waltz, foi uma vitória a dobrar com a bênção do seu «herói». Depois de ter vencido o prémio de Melhor Ator Secundário em 2010, pelo seu papel em «Sacanas Sem Lei», Waltz foi um dos repetentes da noite ao ganhar, dois anos depois, com outro filme de Tarantino. Já o realizador deste sanguinário westernvenceu na categoria de Melhor Argumento Original, repetindo o que já tinha conseguido com Pulp Fiction, em 1994.

Além de Waltz, outro austríaco esteve sob as luzes da ribalta. Foi Michael Haneke, que arrecadou com «Amor» o prémio de Melhor Filme Estrangeiro. O drama sobre o fim da vida, com a portuguesa Rita Blanco no elenco, acabou por não arrecadar qualquer outra estatueta, apesar de Emmanuelle Riva (que completou 86 anos) figurar na lista de Melhor Atriz Principal e deste estar também a concorrer a melhor obra.

A cantora Adele regressou ao palco nesta cerimónia e viu confirmado o seu favoritismo para o prémio de Melhor Música Original. Mas nem por isso deixou de mostrar-se especialmente surpreendida e emocionada, como é da praxe.

Numa cerimónia marcada pelas homenagens a James Bond e aos filmes musicais, dois nomes do passado, Shirley Bassey e Barbra Streisand, assinaram momentos musicais fortes a piscar o olho aos clássicos. As piscadelas de olho ao público jovem, essas, ficaram a cargo do estreante apresentador, Seth McFarlane, que dividiu as águas e atraiu as críticas com um humor politicamente incorreto, a que nem faltou uma piada inaugural dedicada a mamas de atrizes ilustres.
Continue a ler esta notícia

Relacionados