Óscares: os prós e contras dos principais nomeados

A edição dos prémios de cinema da Academia deste ano comporta candidatos de luxo, mas só um em cada categoria pode levar o prémio para casa. Há prós e contras a ter em consideração e, apesar de alguns dos Óscares serem quase certos, há quem goste de pregar partidas à última hora.

Melhor Filme

Atendendo às outras galas de prémios, «O Estranho Caso de Benjamin Button» e «Quem Quer Ser Bilionário» afiguram-se como os dois grandes favoritos. O primeiro tem a seu favor o academismo, os meios e a história de amor desfasada no tempo de que Hollywood tanto gosta. Mas há quem critique as semelhanças com outro vencedor antigo, «Forrest Gump», até pelo facto de ambos terem o mesmo argumentista (Eric Roth).

Já o filme passado em Bombaim de Danny Boyle agrada por ser independente e ser entendido como o feel good movie do ano. Mas há críticos que não gostaram do simplismo das intenções de uma obra que também expõe em demasia a miséria de uma Índia dividida. Já «Frost/Nixon», «Milk» e «O Leitor» estão nesta categoria porque ela precisa de cinco nomeados.

Melhor Realizador

Na sequência dos favoritos da secção anterior, David Fincher e Danny Boyle são os nomes mais falados. O realizador de «O Estranho Caso de Benjamin Button» tem uma das mais sólidas carreiras entre os cineastas mais novos, com títulos imbatíveis como «Sete Pecados Mortais» e «Clube de Combate». A Academia pode querer compensá-lo até pelo esforço meritório agora no melodrama. Já o cineasta de «Quem Quer Ser Bilionário?» apresenta uma carreira ampla e muito diversificada, cujo ponto alto é a interessante forma de dirigir os subúrbios de uma Índia que tem tanto de luxo como de extrema pobreza.

Gus Van Sant, com «Milk», é demasiado marginal e adepto do experimentalismo para ser eleito, ao passo que Ron Howard («Frost/Nixon») já ganhou o Óscar com «Uma Mente Brilhante» (que nem todos o viram com bons olhos, aliás). A surpresa pode ainda ser Stephen Daldry, por «O Leitor». O seu estilo agrada à Academia, que o nomeou igualmente nas suas obras anteriores, «Billy Elliot» e «As Horas».

Melhor Actor

Mickey Rourke, por «The Wrestler», representa a ressurreição do ano. Já ganhou diversos prémios e há muitos fãs do seu olhar desencantado neste filme. Mas há também quem considere que esteve demasiado tempo afastado do meio, com uma fama de bad boy que o pode prejudicar.

Brad Pitt é outro nome forte, mas há quem elogie mais a força dos efeitos especiais em «O Estranho Caso de Benjamin Button» do que o seu desempenho.

O terceiro nome mais citado é o de Sean Penn, por «Milk», mas o actor já levou a melhor com «Mystic River». Os veteranos Frank Langella («Frost Nixon») e Richard Jenkins («The Visitor») são hipóteses mais remotas na conquista do prémio.

Melhor Actriz

O Óscar é quase certo nas mãos de Kate Winslet, já nomeada em outras ocasiões. O desempenho em «O Leitor» tem sido muito elogiado, bem como o de «Revolutionary Road», que estranhamente está ausente das principais categorias.

A única que lhe pode fazer sombra é Meryl Streep, por «A Dúvida», eterna nomeada que há muito pede um terceiro Óscar. Angelina Jolie, por «A Troca», já o ganhou, enquanto Anne Hathaway e Melissa Leo são escolhas muito menos consensuais.

Outras categorias

Se há um prémio certo em todo o certame é o Óscar de Melhor Filme de Animação para «Wall-E». As hipóteses de ir para outro trabalho são de um num milhão. «A Valsa Com Bashir» também tem fortes hipóteses na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Nas representações secundárias, o falecido Heath Ledger também é quase uma verdade, no caso dos actores por «O Cavaleiro das Trevas», enquanto Penélope Cruz tem cada vez mais fãs para actriz secundária, graças à sua deliciosa composição em «Vicky Cristina Barcelona», de Woody Allen.