Cinemateca apresenta cartaz de filmes para 2011 - TVI

Cinemateca apresenta cartaz de filmes para 2011

Cinemateca Portuguesa

«Metropolis», uma das obras-primas do cinema será apresentada em versão restaurada e com mais meia-hora

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A Cinemateca Portuguesa começa 2011 com uma programação para repensar o seu papel na divulgação da história do cinema, sabendo que será um ano «difícil» e com «poucos recursos», disse esta terça-feira a directora, Maria João Seixas.

O ciclo «O que é programar uma cinemateca hoje?» decorrerá apenas no mês de Janeiro, mas dará «o sinal de que outras coisas vão acontecer durante o ano» e que passará pela reabertura em fevereiro da livraria da Cinemateca e pelo lançamento de uma revista dedicada ao cinema, refere a agência Lusa.

No final de 2011 há a expectativa de abertura da Casa do Cinema do Porto, o pólo da Cinemateca naquela cidade, a instalar na Casa das Artes, e cujo «conceito estratégico» está ainda a ser definido, disse Maria João Seixas.

Em cartaz vão estar filmes como «O estranho caso de Angélica», de Manoel de Oliveira, e com uma versão restaurada, com mais meia hora de duração, de uma das obras-primas do cinema, «Metropolis» (1927), de Fritz Lang.

No dia 31 de Janeiro, a programação encerra com outra antestreia portuguesa, «A espada e a rosa», de João Nicolau.

Pelo meio haverá dezenas de filmes, como os incontornáveis «O nascimento de uma nação» (1915), de D. W. Griffith, «Sentimento» (1954), de Visconti, «A paixão de Joana d`Arc» (1928), de Carl Dreyer, «A regra do jogo» (1939), de Jean Renoir, «Nosferatu, o vampiro» (1922), de Murnau, e «A corda» (1948), de Alfred Hitchcock.

A Cinemateca deu ainda carta branca a cinco jovens investigadores e realizadores para mostrarem os filmes que quisessem, convidando os cineastas João Pedro Rodrigues e Miguel Gomes e os programadores Ricardo Matos Cabo, Inês Sapeta Dias e André Dias.

Em complemento aos filmes haverá debates e conferências com vários assuntos em torno do papel de uma cinemateca.

O historiador finlandês Peter von Bagh e um dos fundadores da cinemateca da Áustria, Peter Kubelka, serão os convidados internacionais.

O Museu do Cinema quer ainda saber como se investiga a história do cinema em Portugal, como está a ser feita a iniciação ao cinema junto dos mais novos - e que passa pela Cinemateca Júnior - e como é que fora de Lisboa se faz a aproximação aos filmes mais antigos.

«Há um problema sério de acesso ao património do cinema em Portugal», disse o subdiretor da Cinemateca, José Manuel Costa, referindo que os cineclubes e as escolas superiores têm uma palavra a dizer sobre a divulgação da história do cinema.

É um tempo de mudança de cinefilia entre os portugueses, admitem os programadores, porque há uma maior facilidade de acesso aos filmes e que não passa sempre pela sala escura de cinema.

E isso traz consequências ao nível da valorização do próprio cinema e da cultura cinéfila, com a proliferação das edições em DVD e do acesso pela Internet, referiu o programador Luís Miguel Oliveira.

São mais as questões do que as respostas que a Cinemateca procura em 2011, olhando para os trinta anos de programação desde que funciona de forma autónoma, quando foi inaugurada a sala na rua Barata Salgueiro, em Julho de 1980, em Lisboa.
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