O Ministério da Cultura (MC) aplaudiu a presença de produções portuguesas nas listas internacionais dos melhores filmes de 2010 e sublinhou o «inequívoco dinamismo que actualmente caracteriza o sector».
Em comunicado, a tutela congratulou-se com o facto de a revista «New Yorker» ter elogiado quatro filmes portugueses, dos realizadores Miguel Gomes, Pedro Costa, Manoel de Oliveira e Eugéne Green, e de a publicação francesa «Cahiers du cinema» ter eleito «Morrer como um homem», de João Pedro Rodrigues, entre os melhores estreados em França.
Este foi também o ano em que o jovem realizador Gabriel Abrantes venceu o Leopardo de Ouro de melhor curta-metragem em Locarno, «Mistérios de Lisboa», de Raul Ruiz, venceu o prémio Louis Delluc, e Pedro Costa viu a sua obra em retrospetiva no Japão, Estados Unidos ou França.
«Estes são alguns exemplos da qualidade e vitalidade do cinema português», escreveu o Ministério da Cultura.
Isto num ano em que produtores e realizadores portugueses assinaram um manifesto de apelo à ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, para uma «intervenção de emergência» face à situação de «catástrofe» em que vive o cinema português.
Vários agentes do sector, como Manoel de Oliveira, Pedro Costa, João Botelho e Pedro Borges, criticaram a paralisia do fundo de investimento FICA, as regras de atribuição de subsídios do Instituto do Cinema e Audiovisual e a situação de desinvestimento contínuo nos últimos anos.
Gabriela Canavilhas reconheceu as fragilidades e prometeu uma nova lei do cinema, que anuncia agora em comunicado que deverá ser concretizada em 2011, ano que espera «igualmente fervilhante em termos de qualidade e de actividade nacional e internacional».
Este ano estrearam-se nos cinemas cerca de vinte filmes de produção portuguesa, com «A bella e o paparazzo», de António-Pedro Vasconcelos, a conquistar mais espetadores (98 792), seguindo-se «Contraluz», de Fernando Fragata (83 724).
«Filme do desassossego», que o realizador João Botelho, levou em digressão pelo país fora do circuito comercial, foi visto desde setembro por 16 375.
«José & Pilar», de Miguel Gonçalves Mendes, foi o documentário mais visto nos cinemas, com 14 295 espetadores.
2010: o ano dos 20 filmes portugueses e da internacionalização
- Redação
- 30 dez 2010, 18:56
Ministério da Cultura congratula-se com conquistas lusas no ano em que a tutela foi alvo de contestação
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