Elliot Page é o primeiro homem transgénero na capa da revista Time - TVI

Elliot Page é o primeiro homem transgénero na capa da revista Time

Elliot Page

O ator mostra-se feliz por poder ser "totalmente" quem é, sem ter que se esconder, e diz que quer usar o seu lugar de "privilégio" para ajudar as outras pessoas trans

"Eu sou totalmente quem eu sou", diz Elliot Page, primeiro homem transgénero a aparecer na capa da revista Time, que chega às bancas na sexta-feira.

Na entrevista que deu à publicação, o ator de 34 anos falou abertamente sobre a sua decisão de se assumir publicamente como homem em dezembro do ano passado, e sobre a intervenção cirúrgica que fez recentemente para retirar os seios, garantindo que foi algo que transformou completamente a sua vida.

O que eu esperava era muito apoio e amor e uma enorme quantidade de ódio e transfobia", disse Page. "E foi isso essencialmente o que aconteceu."

Na sua página de Instagram, o ator partilhou a capa, escrevendo: "Com profundo respeito por aqueles que vieram antes de mim, gratidão por aqueles que me apoiaram e grande preocupação com a geração de jovens trans que todos devemos proteger, juntem-se a mim e denunciem a legislação anti-trans, o ódio e a discriminação em todas as suas formas. "

 

A fotografia da capa foi tirada pelo fotógrafo trans Wynne Neill, que classificou este como "um trabalho de sonho": "Estou muito orgulhoso de Elliot e muito grato aos trans-mais velhos que arriscaram tudo para que este momento acontecesse", escreveu no Instagram.

O ator participou - ainda como Ellen Page - em filmes como "Inception - A Origem" e "X-Men" e foi nomeado aos Óscares com o seu papel em "Juno", em 2008. 

Nesta entrevista Elliot Page conta que desde pequeno se sentia como um rapaz e recorda a "sensação de triunfo" por poder cortar o cabelo curto aos 9 anos. Apesar disso, demorou algum tempo a assumir publicamente o seu "eu autêntico". Em 2014 anunciou que era gay e em 2018 casou com a bailarina Emma Portner. 

Page continua a trabalhar como ator mas sabe que terá de enfrentar muitos preconceitos. Por isso, critica os "padrões esmagadores" da indústria do entretenimento e os "estereótipos generalizados sobre masculinidade e feminilidade" e afirma que pretende lutar pela igualdade trans:

O meu privilégio permitiu-me ter recursos para ultrapassar [os problemas] e estar onde estou agora, e é claro que eu quero usar esse privilégio para ajudar os outros como conseguir."

 

Continue a ler esta notícia