Atriz Leonor Silveira ganha Prémio Bárbara Virgínia - TVI

Atriz Leonor Silveira ganha Prémio Bárbara Virgínia

Leonor Silveira em «Vale Abraão», de Manoel de Oliveira (foto divulgação)

De acordo com a Academia Portuguesa de Cinema, o prémio é atribuído por unanimidade a Leonor Silveira, "por ser "uma atriz única, singular, em Portugal e no mundo"

A atriz Leonor Silveira foi distinguida com o Prémio Bárbara Virgínia, criado este ano pela Academia Portuguesa de Cinema para distinguir mulheres que se destacam na sétima arte.

De acordo com a Academia Portuguesa de Cinema, o prémio é atribuído por unanimidade a Leonor Silveira, "por ser "uma atriz única, singular, em Portugal e no mundo".

O galardão é batizado com o nome de Bárbara Virgínia, considerada a primeira realizadora portuguesa e que morreu em março aos 92 anos no Brasil, onde vivia há mais de 50 anos.

O júri desta primeira edição do prémio integrou Maria do Carmo Moser, Patrícia Vasconcelos, Sano de Perpessac, Beatriz Batarda e Cândida Vieira.

Leonor Silveira foi uma das atrizes de eleição do realizador Manoel de Oliveira, tendo-se estreado no cinema em "Os canibaiss" (1988). "Vale Abraão", daquele realizador, será um dos filmes mais marcantes na filmografia da atriz.

Leonor Silveira participou ainda em filmes de João Botelho, Joaquim Pinto e Vicente Jorge Silva, trabalhou no Ministério da Cultura e no antigo Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, onde desempenhou cargos de chefia.

Integrou o júri de vários festivais de cinema e entre as condecorações contam-se a Comenda da Ordem do Mérito da República Portuguesa e a Ordem das Artes e das Letras de França.

Leonor Silveira receberá o prémio no dia 15 de dezembro na Cinemateca, em Lisboa, e nesse dia será exibida uma primeira versão de um documentário que está a ser feito sobre Bárbara Virgínia, assinado por Luísa Sequeira.

Bárbara Virgínia, nome artístico de Maria de Lourdes Costa, foi atriz, bailarina e locutora de rádio e realizadora de cinema, a primeira mulher em Portugal a assumir essa função.

Em 1946, foi ainda a primeira mulher a apresentar um filme no então recém-criado Festival de Cinema de Cannes. Competiu no festival com o filme "Três dias sem Deus", que conta a experiência de uma professora primária, numa remota aldeia do interior, onde enfrenta a desconfiança e as superstições dos aldeões.

Desse filme, protagonizado pela realizadora, sobrevive apenas um fragmento incompleto, pertencente à coleção da Cinemateca.
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