O filme, estreado nos Estados Unidos em 2014 e premiado este ano com um Óscar de melhor documentário, foi feito em junho de 2013, registando os encontros que Edward Snowden teve com os jornalistas Glenn Greenwald, Ewen MacAskill e Laura Poitras, num hotel em Hong Kong, durante os quais denuncia o vasto programa de vigilância indiscriminada de comunicações da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana.
«Citizenfour» encerra uma trilogia de Laura Poitras sobre os Estados Unidos pós-ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Dessa trilogia fazem igualmente parte os filmes «My country, my country» (2006), sobre a guerra no Iraque, e «The Oath» (2010), sobre a prisão de Guantánamo.
Laura Poitras, jornalista e realizadora norte-americana, foi contactada pela primeira vez por Edward Snowden - que utilizava o nome «Citizenfour» - em janeiro de 2013, quando estava já a preparar um filme sobre vigilância e privacidade.
Depois de várias trocas de mensagens - recuperadas para o filme - Edward Snowden aceitou participar num documentário que registasse as suas denúncias com informações confidenciais sobre um programa de vigilância de todos os cidadãos norte-americanos, extensível a outros países.
Em «Citizenfour», Edward Snowden afirma que não procurava protagonismo, mas que queria denunciar um assunto que diz respeito a todos, sobre vigilância em massa e violação de privacidade. À medida que regista as declarações de Snowden, Laura Poitras acompanha ainda o impacto mediático e político global das revelações do ex-informático e conselheiro norte-americano, de 31 anos.
Edward Snowden, que está refugiado na Rússia, num local não determinado, disse em junho de 2013, em entrevista a um jornal de Hong Kong, que não era «nem traidor nem herói» por revelar o esquema de vigilância e espionagem.
Snowden só admite regressar aos Estados Unidos quando lhe for garantido um julgamento justo pelas acusações de espionagem de que é alvo.
Na altura em que Snowden passou as informações aos jornalistas - que acabaram por ser distinguidos com o prémio Pulitzer -, a Agência Nacional de Segurança defendeu que «mais de 50 potenciais atos terroristas» foram evitados devido aos dois programas de vigilância divulgados pelo ex-consultor informático.