Morreu o realizador Alfredo Tropa - TVI

Morreu o realizador Alfredo Tropa

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  • 5 jul 2020, 17:36
Morreu o realizador Alfredo Tropa

Entre as longas-metragens de Alfredo Tropa destacam-se “Pedro Só”, de 1972, e “Bárbara”, de 1980. Realizador morreu aos 81 anos

O realizador português Alfredo Tropa, autor de documentários e programas de televisão, como "O Povo que Canta", que fez com o musicólogo Michel Giacommetti, morreu hoje aos 81 anos, anunciou a Academia Portuguesa de Cinema.

Deixou-nos hoje o Alfredo Tropa. Realizador de inúmeros documentários e programas de televisão, especialmente para a RTP onde trabalhou durante muitos anos, contribuiu também para o cinema português com a realização várias curtas-metragens”, explicita uma nota divulgada na página da Academia Portuguesa de Cinema na rede social Facebook.

O realizador português, que morreu aos 81 anos, vai ser “um dos homenageados com o Prémio Sophia de Carreira 2020, celebrando assim a academia, os 50 anos do nascimento do Centro Português de Cinema”, prossegue a Academia Portuguesa de Cinema, na informação publicada na sua página no Facebook.

Entre as longas-metragens de Alfredo Tropa, que era casado com a realizador Teresa Olga, destacam-se “Pedro Só”, em 1972, e “Bárbara”, em 1980.

Nascido no Porto em 1939, Alfredo Ricardo Rezende Tropa estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, onde se iniciou no movimento cineclubista e realizou a sua primeira curta-metragem, "Inundações", em 1960.

Em 1961, partiu para Paris, com uma bolsa do Fundo do Cinema Nacional, tendo obtido o diploma de realização no Institut des Hautes Études Cinématographiques.

Estagiou na televisão francesa, como recorda o "Dicionário do Cinema Português", de Jorge Leitão Ramos, e regressou a Portugal para participar na fundação da Média Filmes.

Iniciou a carreira como assistente de realização nos filmes fundadores do Cinema Novo português, como “Mudar de Vida“, de Paulo Rocha, e “Uma Abelha na Chuva“, de Fernando Lopes, movimento em que a sua expressão se incluiria, através de obras como "Pedro Só".

É um dos nomes fundadores do Centro Português de Cinema e um dos primeiros cineastas portugueses apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Alfredo Tropa entrou nos quadros da RTP, em 1968. Foi o realizador que acompanhou a investigação do musicólogo Michel Giacometti e do compositor Fernando Lopes-Graça, através de todo o país, e que ficou documentada na série "O Povo que Canta" (1971). Também dirigiu os Arquivos e Documentação da televisão pública.

Na sua filmografia constam curtas-metragens como “Regata” (1968), “Um Homem, Uma Obra” (1973), e as longas-metragens “Pedro Só” (1970) e “Bárbara” (1979).

Para a RTP fez também a série de ficção “Luísa e os Outros” (1987).

Recebeu o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Marcelo lembra "figura ativa e constante"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte do realizador, destacando que será lembrado como “uma figura ativa e constante na televisão e no cinema”.

Alfredo Tropa, que foi cineclubista, realizador, documentarista, produtor, fundador do Centro Português de Cinema e diretor dos arquivos da RTP, será lembrado como uma figura ativa e constante na televisão e no cinema em Portugal”, assinala o chefe de Estado numa nota publicada na página da internet da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa apresenta as suas condolências à família de Alfredo Tropa e destaca que “deixou uma série etnográfica marcante como 'Povo que Canta' (com Michel Giacometti)”.

“Além da sua longa associação à TV pública”, acrescenta o Presidente da República, “empenhou-se no Novo Cinema português, trabalhando como assistente de realização de Paulo Rocha e Fernando Lopes e dirigindo, em 1971, uma das longas-metragens mais significativas do movimento, ‘Pedro Só’”.

 

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