A "guerra" entre Terry Gilliam e o produtor Paulo Branco - TVI

A "guerra" entre Terry Gilliam e o produtor Paulo Branco

  • 19 mai 2017, 21:34
Terry Gilliam

Será uma batalha, de uma longa guerra judicial que opõe o agora realizador norte-americano nascido no Reino Unido, Terry Gilliam, um dos elementos do grupo de humoristas dos Monty Python, ao produtor português, Paulo Branco, por causa do filme "O homem que matou D. Quixote"

Será uma batalha, de uma longa guerra judicial que opõe o agora realizador norte-americano nascido no Reino Unido, Terry Gilliam, um dos elementos do grupo de humoristas dos Monty Python, ao produtor português, Paulo Branco, por causa do filme "O homem que matou D. Quixote".

Segundo Paulo Branco, o Tribunal da Grande Instância de Paris confirmou a validade do contrato entre ambos. O produtor português acusa Terry Gilliam de estar a fazer uma rodagem "clandestina e ilegal" e afirmou que detém os direitos do filme, já confirmados em tribunal.

Clandestina e ilegal", são as palavras de Paulo Branco para rotular a filmagem de "O homem que matou D. Quixote", que Gilliam tem continuado a levar a cabo, trabalhando com uma outra produora portuguesa.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Branco disse que Terry Gilliam tinha pedido a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, mas que o Tribunal da Grande Instância de Paris declarou que aquele continua válido para a produção da longa-metragem, cuja rodagem já decorreu em Portugal e está a ser concluída em Espanha.

O projeto, que envolve vários países, chegou a contar com produção de Paulo Branco, mas o realizador acabou por não concretizar a parceria alegadamente por problemas de financiamento, optando por trabalhar com outra produtora portuguesa, a Ukbar Filmes.

Paulo Branco diz agora que a exploração e utilização das imagens do filme "não poderá, de modo algum, existir sem o acordo prévio da Alfama Films".

Por seu lado, Pandora da Cunha Telles, da Ukbar Filmes, frisou, num comunicado enviado à Lusa, que "os tribunais franceses foram determinantes em rejeitar o pedido expresso que Paulo Branco havia feito para parar a rodagem em curso tal como o processo de financiamento do filme junto do fundo Eurimages".

Fonte da produção internacional lembrou contudo à agência Lusa, que existem também a correr vários processos em tribunal contra Paulo Branco, em Espanha e no Reino Unido por causa do mesmo filme.

Filmagens nas Canárias

"O homem que matou Dom Quixote" é um projeto antigo de Terry Gilliam, numa coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra, com um orçamento total de 16 milhões de euros, dos quais 1,2 milhões de euros foram gastos em Portugal.

Nas últimas semanas, a rodagem do filme decorreu em Portugal, por exemplo, no Convento de Cristo, em Tomar, com um elenco que inclui o ator norte-americano Adam Driver, o britânico Jonathan Pryce, o sueco Stellan Skarsgard, a atriz ucraniana Olga Kurylenko, a espanhola Rossy de Palma e a portuguesa Joana Ribeiro, além de centenas de figurantes locais.

Esta semana, a equipa mudou-se para Espanha. Segundo o jornal La Provincia, a equipa terá assentado arraiais no município de La Oliva, na ilha canária de Fuerteventura.

Com a rodagem a chegar ao fim, Terry Gilliam já apresentou as primeiras imagens do filme esta semana no Festival de Cinema de Cannes, em França.

Com argumento de Terry Gilliam e Tony Grisoni, "O homem que matou Dom Quixote" é uma transposição do conhecido romance de Miguel Cervantes para a atualidade.

Terry Gilliam foi um dos fundadores do coletivo britânico de humor Monty Python e é autor de várias longas-metragens desde a década de 1970, entre as quais "Monty Python e o cálice sagrado", correalizado com Terry Jones, "Os ladrões do tempo", "Brasil", "A fantástica aventura do Barão", "12 Macacos" e "Os irmãos Grimm".

Ainda sem data de estreia, o filme "O homem que matou Dom Quixote" deverá ter distribuição nacional assegurada pela NOS.

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