Meia hora de trabalho: «Governo prejudicou diálogo social» - TVI

Meia hora de trabalho: «Governo prejudicou diálogo social»

António Saraiva garante que decisão do Executivo de não levar meia hora de trabalho a concertação social «não foi a melhor metodologia»

Depois da UGT ter dito na segunda-feira que não vai assinar qualquer acordo de concertação social, foi a vez da CIP demarcar uma posição em relação à aprovação de mais meia hora no horário de trabalho.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, lamentou a recusa do Governo em ouvir os parceiros sociais sobre a matéria e garantiu que a atitude do Governo «não foi a melhor metodologia» e que «veio prejudicar o diálogo social».

À margem do encontro com o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, esta terça-feira, António Saraiva fez saber que, à semelhança da UGT, recebeu o anúncio do Governo com «desagrado», pelo que a confederação tinha sugestões para uma «correcta modelação» e «eficácia real» da meia hora de trabalho a mais no horário dos trabalhadores.

Entre outras recomendações apresentadas ao Governo, o representante falava da hipótese já levantada de compensar o aumento da carga horária, com o desaparecimento da taxa social única - «não é dando meia hora às empresas que se resolve o problema do crescimento económico. É preciso que essa meia hora a mais seja correctamente aplicada».

Para António Saraiva todos estes assuntos deveriam - ao contrário do que aconteceu - ser discutidos «em sede de concertação».

Cancelamento da Nissan tem a ver com «revisão de investimentos»

Sobre o anúncio do fim do investimento de 156 milhões de euros na fábrica da Nissan, em Aveiro, o presidente da CIP considerou não estar em causa «a imagem do país», tal como avançado hoje pelo ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta - mas sim uma «revisão de investimentos», perante um «mau momento económico que a Europa atravessa».

Foi desta forma que António Saraiva avaliou o anúncio do cancelamento do investimento resultante da aliança Renault/Nissan, na cidade de Aveiro, que se esperava que abrisse portas já em 2012, com a criação de 200 novos postos de trabalho.
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