MP pede condenação de Luís Pina e deixa cair acusações sobre 21 arguidos - TVI

MP pede condenação de Luís Pina e deixa cair acusações sobre 21 arguidos

Marco Ficini

No caso do homicídio de Marco Ficini junto ao Estádio da Luz em abril de 2017

O Ministério Público pediu a condenação de Luís Pina no caso do atropelamento mortal do adepto italiano junto ao Estádio da Luz a 22 de abril de 2017, pelos crimes de homicídio por dolo eventual, omissão de auxílio e ofensas à integridade física.

Durante as alegações finais do processo que tem como principal Luís Pina, que está acusado do homicídio de Marco Ficini, a procuradora do Ministério Público deixou cair as acusações sobre os restantes 21 arguidos acusados de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio.

Recorde-se que Marco Ficini, que pertecia a uma claque da Fiorentina e era adepto do Sporting, foi atropelado durante confrontos entre adeptos do Sporting e do Benfica. Durante os confrontos, Luís Pina, de 35 anos e ligado à claque No Name Boys, arrastou, segundo a acusação, o corpo por 15 metros, imobilizando o carro só depois de ter passado completamente por cima da vítima.

A acusação diz ainda que o arguido abandonou o local sem prestar qualquer auxílio à vítima.

Luís Pina está acusado do homicídio de Marco Ficini e de outros quatro homicídios, na forma tentada.

Esta segunda-feira, durante as alegações do processo, a procuradora do MP, Leonor Machado, pediu a absolvição de todos os arguidos por participação em rixa, considerando que as «imagens não permitem estabelecer sem margem para dúvidas que seriam eles» no local dos factos. «Nas imagens não se vê reciprocidade de ataques, veem-se correrias, algumas pedras, mas não há reciprocidade», entendeu.

Em relação a Luís Pina, Leonor Machado explicou haver uma «zona cinzenta e pouco esclarecida» quanto ao momento do embate do Renault Clio no BMW por não ser claro se este aconteceu antes ou depois do atropelamento. «No entanto, quer a versão dos arguidos que conduziam o BMW, quer a versão de Luís Pina, não retira o homicídio por parte de Pina, demonstrou-se à sociedade que este impôs uma marcha ao veiculo superior à dos outros ouvida pelos arguidos do BMW», disse a procuradora.

Leonor Machado pediu ao coletivo dos juízes para terem em conta a modalidade de dolo do homicídio, até porque, entendeu, ficou provada a omissão de auxílio, já que Luís Pina admitiu, lembrou, «como possível ter embatido no corpo ou em alguma coisa e conformou-se com o resultado». Para a procuradora, não restam ainda dúvidas de que os crimes de Luís Pina ocorreram num contexto psicológico de profunda exaltação e frisou que o carro dele foi «selvaticamente atacado», tal como descreveu o arguido esta segunda-feira.

«Dentro da gravidade do crime é um grau médio», referiu a procuradora, acrescentando que o arguido tem antecedentes criminais e, por isso, pediu «penas adequadas e justiça».

O advogado da família de Marco Ficini considerou parecer-lhe impossível que seja imputado ao crime a categoria de homicídio por negligência e suportou essa tese com o facto de ter ficado provada a existência de atropelamento completo.

No dia 16 de março estão agendadas as alegações finais da defesa.

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