Nuno lançou Ederson. Vitória respondeu com Otávio - TVI

Nuno lançou Ederson. Vitória respondeu com Otávio

Ederson e Otávio

O técnico do FC Porto promoveu a estreia na Liga do guarda-redes titular do Benfica, quando orientava o Rio Ave; o do Benfica fez o mesmo em Guimarães com uma das revelações do FC Porto. Domingo, no Dragão, estarão em campos opostos

Rui Vitória lançou Otávio na Liga. Nuno Espírito Santo fez o mesmo com Ederson.

Domingo, no FC Porto-Benfica, jogo grande da 10.ª jornada da Liga, os treinadores portugueses e os jovens prodígios brasileiros estarão em lados opostos.

São os caminhos cruzados do clássico do Dragão, que começaram a ser trilhados na época 2012/13 caso de Ederson e Nuno Espírito Santo.

Chegado ao plantel vila-condense depois de uma época ao serviço do Ribeirão o jovem guarda-redes teve como presente de aniversário a estreia logo na 1.ª jornada da Liga, a 18 de agosto, um dia depois e completar 19 anos. Nuno deu-lhe a titularidade na baliza frente ao Marítimo, num jogo em que o Rio Ave viria a perder em casa (0-1) com um golo nos minutos finais.

No jogo seguinte, num triunfo em Alvalade (0-1) frente ao Sporting, o esloveno Jan Oblak ganhou a titularidade e Ederson só voltou a jogar na Taça da Liga e de Portugal e na jornada 25 da Liga, por impedimento do seu concorrente direto.

Facto é que tanto Ederson como Oblak (do Atlético de Madrid) ficaram bem cotados junto de Nuno. De tal forma que em abril último o agora técnico portista recordou através da sua conta oficial no Twitter a passagem de ambos pelo Rio Ave na sequência das boas exibições na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

João Maravalhas, na altura guarda-redes dos juniores do Rio Ave, que não raras vezes era chamado a treinar com a equipa principal por Nuno recorda-se bem do aparecimento de Ederson na equipa.

«Quando apareceu mostrou as qualidades que todos hoje lhe reconhecem: um jogo de pés impressionante e grande capacidade de cobrir qualquer ângulo. Era muito forte no um para um. Era muito grande na baliza já», conta ao Maisfutebol o jovem guarda-redes de 19 anos que agora representa o Mirandela, do Campeonato de Portugal.

Tal como Ederson, agora com 23 anos, Maravalhas trabalhou com Nuno Espírito Santo e também com Rui Barbosa, treinador de guarda-redes que no defeso saiu do Rio Ave para integrar a equipa técnica do FC Porto:

«O Nuno privilegia muito a união e conta com todos os jogadores. Dava-me confiança nos treinos, apesar de ser muito jovem. Apostou no Ederson muito cedo e isso prova que tem confiança nos seus jogadores, independentemente da idade. Além disso, gostava também de brincar com os jogadores, nos devidos momentos. O Rui Barbosa é um treinador de topo. Dá muita atenção aos pormenores, trabalha muito bem esse aspeto. Mantive recentemente algum contacto com ele.»

Vitória lançou Otávio

Se no Rio Ave Nuno promoveu a estreia na Liga de Ederson, agora titular da baliza do Benfica, Rui Vitória fez o mesmo no Vitória de Guimarães com Otávio, que se tornou neste arranque de época num dos jogadores mais influentes do onze-base de Nuno e que na quinta-feira renovou contrato com o FC Porto até 2021.

Contratado ao Internacional de Porto Alegre no último dia do defeso em 2014, o médio brasileiro agora com 21 anos não foi opção para Julen Lopetegui e esteve meia época na equipa B, até ser cedido aos vimaranenses no mercado de inverno.

A estreia na Liga aconteceu a 8 de fevereiro de 2015, num jogo em que o Vitória perdeu em jogo da jornada 20 com o Belenenses – uma derrota em casa por 0-1, tal como curiosamente aconteceu na estreia de Ederson no Rio Ave.

Bruno Alves, médio do Desportivo das Aves (II Liga) que fez toda a formação dos vimaranenses, recorda precisamente a época de 2014/15 com Rui Vitória, em que ele próprio e outros jogadores da «B» tiveram oportunidades de jogar na equipa principal:

«O Rui Vitória não teve medo de colocar jovens a jogar e lançou muitos jogadores da equipa B, como foi o meu caso. Apesar de virmos da equipa secundária, ele tratava-nos como qualquer outro jogador e isso dava-nos ainda mais confiança. Punha-nos à vontade e dizia-nos muitas vezes que a oportunidade ia aparecer.»

O médio de 25 anos fez seis jogos pelo Vitória, todos na primeira metade da época. Depois, na janela de transferências de inverno, chegou Otávio e mais algumas opções para o meio-campo. A ascensão do médio brasileiro agora no FC Porto é natural para Bruno Alves: «Via-se que era um jogador acima da média, tecnicamente muito bom. Assim que apareceu a jogar com mais regularidade demonstrou ainda mais todo o potencial. Destacava-se pelo último passe. Era decisivo no último terço do terreno. Além disso, fora de campo, era brincalhão mas muito focado, pelo que se integrou muito bem no grupo. Não me surpreende nada o regresso dele ao FC Porto. É o seguimento natural para um jogador com a qualidade que ele tem.»

Antes de se afirmar em definitivo na temporada passada, já sob o comando de Sérgio Conceição, Otávio jogou com regularidade na segunda metade da época 2014/15: foi titular sete vezes nos jogos da Liga com Rui Vitória, mas só fez os 90 minutos completos na derradeira jornada, num triunfo por 2-4 em que fez o primeiro golo.

Agora, tal como acontece com Nuno e Ederson, Otávio vai reencontrar-se com Rui Vitória em campos opostos.

Porém, no clássico de domingo, o técnico do Benfica terá outro ilustre reencontro com um médio portista com quem também trabalhou em Guimarães: André André. Na época passada foi precisamente ele que fez o golo decidiu o clássico no Dragão.

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