Lisboa: Costa sem «acordo» para maioria - TVI

Lisboa: Costa sem «acordo» para maioria

  • Portugal Diário
  • 20 jul 2007, 20:04
António Costa festeja vitória - Foto Paulo Carriço/Lusa

Conversações não tiveram sucesso. PS assume sem «maioria estável»

O presidente eleito da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, concluiu «sem sucesso» conversações políticas para tentar assegurar uma «maioria estável» no executivo nos próximos dois anos, disse à agência Lusa fonte socialista, esta sexta-feira.

Segundo a mesma fonte, neste momento estão apenas ainda em curso contactos do PS com o Bloco de Esquerda, que elegeu José Sá Fernandes, mas essa solução será sempre insuficiente para assegurar uma maioria, já que socialistas e bloquistas apenas representam sete dos 17 vereadores que compõem o executivo camarário.

De acordo com a versão do PS, ao longo da última semana, António Costa falou com os cabeças de lista de todas as forças políticas com representantes no futuro executivo: candidatura independente de Carmona Rodrigues, PSD, candidatura independente de Helena Roseta, CDU e Bloco de Esquerda.

«Desses contactos a conclusão é que não foi possível formar uma maioria estável no executivo para os próximos dois anos. Tanto a CDU [força que agrega PCP e "Os Verdes"], como a candidatura independente de Helena Roseta, recusaram a celebração com o PS de um acordo político até 2009», frisou à agência Lusa um colaborador directo do ex-ministro de Estado e da Administração Interna.

Fonte da candidatura do PS adiantou que o presidente eleito da Câmara de Lisboa «disponibilizou» à candidatura de Helena Roseta os pelouros da segurança rodoviária, da cidadania e participação, e da reforma da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), mas «mesmo assim a resposta foi uma recusa».

Em relação aos vereadores eleitos pelo PSD e pela candidatura independente de Carmona Rodrigues, António Costa considerou que «politicamente não fazia sentido atribuir-lhes pelouros» no futuro executivo.

«Nas últimas eleições intercalares os lisboetas deram um sinal de mudança e, por isso, não fazia qualquer sentido atribuir pelouros a quem teve responsabilidades directas na crise que Lisboa atravessa há seis anos», justificou o mesmo colaborador de António Costa.

Em relação ao Bloco de Esquerda, o PS diz que «os contactos prosseguem».

«Não está excluída a possibilidade de um acordo, mas esse acordo será sempre insuficiente para assegurar uma maioria estável no novo executivo», refere fonte deste partido.

O presidente eleito da Câmara Municipal de Lisboa, o socialista António Costa, deverá ser empossado no dia 1 de Agosto, às 17:00.

A posse

No passado dia 15, António Costa venceu as eleições intercalares, mas sem maioria absoluta, garantindo seis dos 17 mandatos em jogo, correspondentes a 29,54 por cento dos votos.

O PS elegeu António Costa, Manuel Salgado, Ana Sara Brito, Marcos Perestrello, Rosália Vargas e José Cardoso da Silva.

Num sufrágio marcado pela forte abstenção, que se situou nos 62,61 por cento, o independente Carmona Rodrigues, ex-presidente da CML, garantiu três lugares na vereação, com 16,7 por cento dos votos.

Deverão acompanhá-lo na vereação Pedro Feist e Gabriela Seara (ex-PSD), que no último mandato suspendeu funções após ter sido constituída arguida no caso Bragaparques.

A candidatura social-democrata, encabeçada por Fernando Negrão, obteve 15,74 por cento, embora elegendo também três vereadores, sendo os restantes Salter Cid e Margarida Saavedra.

A outra independente entre as 12 listas candidatas, a ex-socialista Helena Roseta, conseguiu a sua eleição e a de Manuel João Ramos, dirigente da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, com 10,21 por cento.

A CDU elegeu Ruben de Carvalho e Rita Magrinho, com 9,53 por cento.

No sexto lugar, conseguindo a reeleição para o lugar de vereador, surge José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda, com 6,81 por cento.
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