A SAD do Sporting admitiu necessidades de tesouraria até ao final da época 2018/19, numa comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas a direção do clube leonino justifica que se trata apenas de uma formalidade.
Foi o vice-presidente do Sporting, responsável pela área financeira, Francisco Salgado Zenha, que o disse nesta quinta-feira em declarações à agência Lusa.
«Esta direção tem sido completamente transparente, a todos os níveis, com o mercado e com os sportinguistas, e vamos continuar a ser. A informação que vem no prospeto não é diferente do que já tínhamos transmitido, com a ênfase de fatores de risco e das alternativas, mas é tal e qual o que defendemos», começou por dizer.
Assim, o dirigente desvalorizou o alarme das últimas notícias dizendo que a direção já tinha falado sobre o que o Sporting comunicou à CMVM. «Não é do desconhecimento de ninguém, eu próprio disse, há uma semana, que as necessidades de tesouraria para este ano eram mais de 40 milhões de euros. Era metade do valor contabilístico do plantel do Sporting para um ano», disse, defendendo: «Na minha opinião, o Sporting é completamente sustentável financeiramente, tem um nome, ativos e ferramentas que lhe permitem isso, mas tem necessidades de tesouraria.»
Por isso, Salgado Zenha disse que o clube leonino não precisa de vender futebolistas, por estar a negociar soluções para fazer face às necessidades de tesouraria. «Se me pergunta se preciso de vender jogadores agora, digo que não, não preciso. O que estou a trabalhar, diz-me que não preciso», justificou.
«Concluídas as operações que estamos a trabalhar, nós temos uma situação perfeitamente confortável desse ponto de vista. Venderemos jogadores se houver a proposta certa para eles, se houver interesse nisso, em função da estruturação do plantel», afirmou, acrescentando contudo: «Não há nenhum [clube] que não viva de vender jogadores de futebol.»
«Benfica e FC Porto têm vivido mais disso, porque têm vendido mais, e nós não somos diferentes. Vender um jogador é parte da nossa atividade corrente, mas essa gestão tem de ser feita de forma inteligente, como estamos a fazer - e acho que o provámos no ‘mercado’ de janeiro - para contratar bem e vender bem», defendeu.
Salgado Zenha falou ainda do investimento para a próxima temporada, reconhecendo que a classificação vai ter influência na sua área de atuação.«Os planos financeiros são flexíveis e têm de prever cenários diferente, e nós prevemos: Liga dos Campeões ou Liga Europa. Se formos à ‘Champions’, se calhar, o esforço financeiro no investimento pode ser maior, se não formos, tem de ser menor», disse, recordando que o facto de «a bola não entrar nunca ajuda, sobretudo num clube desportivo».