Favoritos continuam, a magia é que ainda está para chegar - TVI

Favoritos continuam, a magia é que ainda está para chegar

Argentina-Uruguai (Reuters)

Uma primeira fase algo dececionante, marcada pelo caso Neymar e por poucos momentos memoráveis

Com mais ou menos surpresas, e vários acidentes de percurso, o fim da fase de grupos da Copa América confirmou a passagem dos favoritos aos jogos de eliminação direta e mantém as principais estrelas do Chile 2015 na corrida ao título. A exceção é Neymar, por enquanto: a suspensão por quatro jogos, decidida pela Conmebol depois do jogo com a Colômbia, deixa o astro do Barcelona virtualmente fora de prova, mesmo que o Brasil chegue à final – o que a avaliar pelo futebol exibido até aqui pelo escrete, está longe de ser o cenário mais evidente.

O recurso a apresentar pela CBF deixa uma pequena margem de esperança numa redução de pena. Mas esta parece ser contrariada pelo relatório do árbitro, que acusa de Neymar de lhe ter feito uma espera no túnel, já depois de ter recebido ordem de expulsão após o final do jogo com a Colômbia, e de o ter insultado repetidas vezes. A manter-se a sanção, Neymar será o segundo elemento do trio mágico do Barcelona a desfalcar a competição por motivos disciplinares, depois de o uruguaio Luis Suarez pagar a pena da mordidela a Chiellini no Mundial com a exclusão da celeste. Face à sua influência na equipa montada por Dunga, e depois da grave lesão provocada por Zuñiga há um ano, esta ameaça tornar-se a segunda competição consecutiva em que, por motivos diferentes, a Colômbia obriga Neymar a deixar o escrete órfão de magia - e à mercê de adversários que parecem, nesta altura, dispôr de mais argumentos.



O incidente com Neymar acabou por ser o momento de maior impacto mediático numa primeira fase muito equilibrada - 16 dos 18 jogos terminaram com empates ou vitórias pela margem mínima, tendência a que só o Chile escapou - mas algo dececionante na qualidade dos jogos. À exceção de uma seleção chilena em grande condição física, apostada em justificar a vantagem de país organizador, e a mostrar-se capaz de reagir da melhor forma a outro caso disciplinar – o acidente protagonizado por Arturo Vidal - todas as outras equipas com estatuto de potencial campeão dececionaram, apurando-se em regime de serviços mínimos.

Os exemplos mais claros vêm das seleções da Colômbia e do Uruguai - campeão em título - apuradas para os quartos de final na condição de melhores terceiros classificados. O castigo é enfrentarem os adversários mais temíveis nos próximos jogos a eliminar: Chile-Uruguai (madrugada de quinta-feira) e Argentina-Colômbia (madrugada de sábado) eram, à partida, jogos com potencial de finais. Mas a incapacidade de celestes e cafeteros em resolver os problemas criados por seleções de patamar inferior, como Paraguai e Venezuela, resultou na sua «despromoção» e na antecipação destes confrontos entre tubarões.

Já o Brasil, mesmo sem Neymar e com uma qualidade de jogo a confirmar todas as reticências com que foram sendo temperados os bons resultados anteriores na era-Dunga, terá pela frente um Paraguai de capacidades limitadas, mas que já foi capaz de, por duas vezes, bater o pé a pesos-pesados como a Argentina ou o Uruguai.

O outro lado da moeda, numa prova até aqui nivelada por baixo, faz com que esteja garantida, nas meias-finais a presença de uma equipa de segunda linha, Bolívia ou Peru. Os peruanos, com os «portugueses» Advincula, Hurtado e Carrillo na convocatória, acabaram por aproveitar da melhor forma as escorregadelas colombianas, e estão bem colocados para repetir o feito de 2011, quando terminaram no pódio, algo que não conseguiam desde a edição de 1975, em que, liderados pelo mágico Teofilo Cubillas, foram surpreendentes vencedores.

Com a indecisão relativamente ao futuro de Maxi Pereira e de Jackson Martinez a dominar boa parte das atenções dos adeptos lusos nos próximos dias, o cenário desportivo parece, nesta altura, reforçar o favoritismo da vicecampeã mundial Argentina, que deu resposta competente quanto baste no jogo mais exigente que teve pela frente (vitória 1-0 sobre o Uruguai) e tem tido Messi a meio-gás - é quase impossível que a pulga não venha a deixar marca mais forte nos relvados chilenos, ele que, juntamente com Maradona, Pelé e Zico, entre muitos outros, ainda faz parte da galeria de notáveis sul-americanos que nunca venceram a competição continental.

A alternativa mais credível aos alvicelestes, por enquanto, parece ser a seleção chilena, que nunca conquistou o troféu e não chega a uma final desde 1987. Se afastar o Uruguai, o Chile tem a a vantagem de receber o adversário menos cotado nas meias-finais, enquanto a outra parece encaminhar-se para um Argentina-Brasil.  Uma coisa é certa: depois de um arranque a meio-gás, os quartos de final  prometem fazer chegar, ao longo desta semana, os momentos de magia em que o inverno chileno tem sido invulgarmente avaro.

Programa dos quartos de final*

Quinta, 25:
Chile-Uruguai, 00.30

Sexta, 26:
Bolívia-Peru, 00.30

Sábado, 27:
Argentina-Colômbia, 00.30

Sábado, 27:
Brasil-Paraguai, 22.30

* Todos os jogos com transmissão na TVI ou na TVI24
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