O FC Porto apurou-se para a final da Copa Ibérica ao vencer o Real Bétis no desempate por grandes penalidades. No tempo regulamentar prevaleceu uma igualdade a um, com os espanhóis a colocarem-se em vantagem por Juanmi e os dragões a empatarem pelo reforço Zé Luís. Pelo domínio e pelas oportunidades que dispôs, fez-se justiça nos pontapés da marca de 11 metros.
Tendo como referência o jogo da passada terça-feira, em Albufeira com o Fulham, Sérgio Conceição manteve apenas três jogadores no onze inicial, Pepe, Sérgio Oliveira e Nakajima e apostou em quatro jovens: Tomás Esteves, Diogo Leite, Romário Baró e Fábio Silva. Vaná substituiu Diogo Costa na baliza, e Manafá - recuperado de uma gripe - Loum e Zé Luís, completaram o onze.
Apesar desta "descaracterização", o FC Porto não vacilou e assumiu o jogo, com uma boa pressão alta e com transições rápidas e seguras, com poucos passes errados. Neste particular destacou-se Romário Baró.
Os jovens dragões arrancaram muitos aplausos dos seus adeptos. Além de Romário, Fábio Silva não se escondeu e Tomás Esteves também esteve desinibido. Aos nove minutos, os três construíram uma das melhores jogadas dos azuis e brancos - hoje de amarelo - mas o lance foi anulado por fora-de-jogo de Fábio Silva: Tomás ganhou a bola, colocou em Romário que progrediu e isolou Fábio Silva, que ligeiramente adiantado desviou de primeira junto ao poste direito da baliza defendida por Robles. Não foi golo, mas arrancou muitos aplausos. Três minutos depois o avançado ainda ameaçou com um desvio de cabeça a canto de Sérgio Oliveira.
Na primeira vez que o Bétis conseguiu soltar-se marcou: Tello ganhou em velocidade a Manafá e cruzou para a cabeça de Juanmi, que solto na área não deu hipótese a Vaná. Tomás Esteves podia ter encurtado o espaço...
O FC Porto acusou o golo e a segurança com que a equipa estava a circular a bola e o Bétis, sempre com William Carvalho a iniciar as jogadas, a ser mais perigoso, com Emerson e Calderon a terem duas boas oportunidades para alargarem a vantagem.
Não marcaram os espanhóis e Zé Luís acabou por empatar o jogo, finalizando com um remate colocado em ligeiro arco, após ganhar um ressalto num passe de Danilo.
FC Porto-Betis, 1-1 (5-4 gp): ficha e filme do jogo
Dois minutos depois Nakajima esteve perto de voltar a marcar em Portimão, num remate em zona frontal que embateu no poste direito da baliza de Robles. Antes do intervalo o jovem Fábio Silva ouviu um raspanete dos colegas e treinador, quando progrediu pelo centro e rematou para defesa do guarda-redes. O jovem avançado tinha Nakajima solto, daí a chamada de atenção.
Com dez substituições ao intervalo e com a entrada de jogadores mais experientes, o FC Porto solidificou o domínio e foi mais perigoso que a equipa espanhola. A pressão na saída da bola, exercida quase sempre por quatro jogadores a toda a largura do terreno, criava muitas dificuldades aos espanhóis que a perdiam com facilidade.
Com mais tempo de posse de bola, o FC Porto não conseguiu no entanto furar a muralha bética e teve que recorrer ao remate de média/longa distância. Neste particular sobressaiu Luís Diaz, o reforço colombiano, que por duas vezes colocou Robles à prova: na primeira, aos 69, atirou por cima e na segunda, dois minutos depois, viu Roble defender um remate frontal muito forte. Soares, aos 71 imitou o colega em zena frontal, mas o desfecho foi o mesmo, com nova parada do guarda-redes do Bétis.
Ofensivamente o FC Porto praticamente desapareceu a partir desse momento, com falta de ligação e muitas bolas perdidas, e o Bétis cresceu e esteve perto de evitar a marcação das grandes penalidades, aos 87 minutos, quando Abreu aproveitou uma bola perdida na área portista para rematar por cima.
Nas grandes penalidades Diogo Costa defendeu uma apontada por Bartra e Danilo converteu a decisiva que colocou o FC Porto na final, que se disputa no domingo frente ao vencedor do jogo entre o Portimonense e o Getafe, que se disputa neste sábado.