Rubro-negro campeão na montra de talentos do futebol brasileiro - TVI

Rubro-negro campeão na montra de talentos do futebol brasileiro

Flamengo-Atlético Paranaense (Reuters)

A edição 2016 da Copa São Paulo de futebol júnior coroou o Flamengo, que continua invicto em finais desta competição

Falcão, Toninho Cerezo, Cafú, Neymar, Oscar, Phillipe Coutinho. Estes são apenas alguns dos grandes nomes que a Copa São Paulo de futebol júnior (vulgo Copinha) já revelou ao longo de quase 50 anos de existência. Prova rainha de futebol jovem no Brasil, a Copinha reúne equipas de todos os estados do país de Vera Cruz, numa autêntica reunião de talentos, acompanhada de muito perto por «scouts» de quase todos os grandes clubes do futebol mundial.

Habitualmente disputada no início de cada ano, a Copinha 2016 foi, como quase sempre, uma prova recheada de boas surpresas, individuais e coletivas e também de algumas desilusões entre clubes com reputação alta ao nível das camadas jovens.

A final deste ano, entre Corinthians e Flamengo, encheu o mítico Pacaembu e foi, sem dúvida, uma das partidas mais emocionantes do certame: o Corinthians foi para intervalo a vencer por 2-0, após uma primeira parte de tremenda eficácia (ofensiva e defensiva), mas a resposta do Fla foi rápida, empatando o jogo nos primeiros 10 minutos do segundo tempo. A partida arrastou-se até a um desempate da marca das grandes penalidades, com a equipa carioca a levar a melhor sobre um Corinthians que chegava com um registo impressionante na prova, nos últimos anos: três troféus em quatro finais disputadas nas sete edições anteriores a esta.

A exibição do Flamengo na final foi a imagem fiel da equipa ao longo do torneio: mesmo perante as maiores dificuldades, a organização tática, solidez e eficácia ofensiva acabaram por trazer proveitos finais ao conjunto orientado por Zé Ricardo. Depois de uma fase inicial tranquila, na qual se destacam as vitórias frente ao RB Brasil, os cariocas eliminaram São Paulo e América-MG nos jogos decisivos rumo à final do Pacaembu.

O adversário da final, Corinthians, foi provavelmente a equipa mais espetacular de toda a competição. Para a memória coletiva, ficam as goleadas a equipas como Paysandu, Internacional e Ituano e ainda a sofrida vitória frente ao Cruzeiro nas meias-finais. A final foi o espelho de uma grande prova do Timão apenas durante os primeiros 45 minutos…

Destaque evidente também para a prestação de duas das equipas do estado de Minas Gerais, Cruzeiro e América-MG, semifinalistas vencidos da Copinha. Entre ambos, foram afastando equipas como o Ceará, Palmeiras, Sport ou Bahia, provando que o futebol jovem mineiro tem aqui uma geração da qual se pode orgulhar.

Equipas como o São Paulo (grande fase inicial, com a qualidade de jogo a quebrar progressivamente até à eliminação nos quartos de final), Internacional, Bahia, Sport ou Ituano mostraram também bastante nível durante o torneio, falhando apenas na fase mais derradeira.

Dos 112 participantes, registaram-se também várias deceções entre os conjuntos de maior nomeada: o Atlético Mineiro, por exemplo, caiu de forma impensável logo na primeira fase. Outros históricos como o Santos, Fluminense, Botafogo, Vasco, Grêmio ou Vitória da Bahia também foram eliminados prematuramente de uma prova bastante exigente e com várias surpresas entre os pequenos…

Jogadores em destaque nesta Copinha

Vários jovens destacaram-se ao longo da competição que decorreu no estado de São Paulo. Como tal, o Maisfutebol delineou o melhor onze da prova e ainda lhe acrescentou alguns nomes que podem muito bem vir a dar cartas nos próximos anos.



Lucão (guarda-redes/Cruzeiro): Guarda-redes fisicamente poderoso e de reflexos apurados, foi o principal responsável pelo apuramento do Cruzeiro para a quarta fase da prova, ao defender duas grandes penalidades no duelo frente ao Marília. Em termos globais, mostrou-se seguro e bastante compenetrado nas suas ações.

Léo Príncipe (lateral-direito/Corinthians): Lateral ofensivo, mostrou sempre grande dinamismo nas subidas pelo corredor direito, tendo-se revelado ainda um assistente exímio. Num desses cruzamentos, aliás, marcou, de forma involuntária, um dos golos da competição.

Léo Duarte (defesa-central/Flamengo): Capitão do Fla, foi ele que levantou a Copa São Paulo depois de uma final épica frente ao Corinthians. Forte, sereno e com notável sentido posicional, foi o líder espiritual de uma defesa (e equipa) que raras vezes complicou…

Léo Santos (defesa-central/Corinthians): Muito jovem (17 anos apenas), foi uma das revelações da Copinha. Apesar da meia-final negativa (falhou no golo do Cruzeiro e ficou suspenso para a final), mostrou qualidades muito interessantes para a idade: contundente, veloz, forte no desarme e forte no aproveitamento de bolas paradas ofensivo. Ficou a vontade de ver mais dele!

Inácio (lateral-esquerdo/São Paulo): Uma das confirmações no excelente conjunto tricolor, que só pecou mesmo na parte final da prova. Lateral rápido, profundo e com bom pé esquerdo, sobe com critério e tem bom remate de meia-distância, além de cruzar com qualidade. Típico lateral brasileiro.

Ronaldo (médio-defensivo/Flamengo): O «5» do Mengão, foi o farol do campeão da Copinha 2016. Taticamente completo, lê bem o jogo, tem critério no passe e bom jogo aéreo. Ao longo da prova, foi o garante de equilíbrio numa equipa com muitas unidades interessantes. Presença regular nos treinos da equipa principal, pode assentar em definitivo durante este ano.

Maycon (médio-centro/Corinthians): Um dos melhores, senão o melhor, da Copinha. Médio criterioso com bola no pé, foi um dos melhores marcadores dos vice-campeões, aparecendo em zona de remate com grande frequência. Mostrou grande capacidade física recuperando bolas com facilidade e ajudando depois na construção de jogo. Já é tempo de Tite o aproveitar para a equipa principal.

Léo Jabá (extremo-direito/Corinthians): Potente, pode jogar a toda a largura do ataque. Sabe usar muito bem o seu físico imponente, além de possuir velocidade e qualidade nas definições, tanto no passe como no remate. Uma das boas figuras desta prova.

Lucas Paquetá (médio-ofensivo/Flamengo): Médio de ataque versátil, embora jogando preferencialmente entre o centro e a esquerda, foi o autor de quatro golos e de várias boas exibições ao longo do certame. Esquerdino com bons pés e dono de uma interessante visão de jogo, pode muito bem aparecer dentro de alguns meses na equipa principal do Fla.

Lucas Fernandes (médio-ofensivo/ala-esquerdo): Jogando entre a ala esquerda e a zona central, este criativo mostrou uma qualidade técnica acima da média, adindo a isso uma capacidade de remate notável (geralmente de pé direito, embora faça bom uso do pé esquerdo). Um dos jogadores que não merecia ter caído nos quartos de final…

Felipe Vizeu (avançado-centro/Flamengo): Inteligente, com boa leitura de jogo e movimentos amplos, foi o goleador de serviço dos «urubus» (sete golos marcados). Está a crescer bem (ainda deve melhorar ao nível do passe, por exemplo) e Muricy Ramalho pode muito bem aproveitá-lo para a primeira equipa…

Outros jogadores em destaque: Thiago (Flamengo), Filipe (Corinthians), Thiago Ennes (Flamengo), Kevin (Cruzeiro), Foguete (São Paulo), Adryelson (Sport), Fabrício (Cruzeiro), Henrique (Figueirense), Guilherme Romão (Corinthians), Trindade (Flamengo), Alex (Cruzeiro), Matheusinho (América-MG), Matheus Pereira (Corinthians), Ariel (Internacional), Gabriel Vasconcelos (Corinthians) e Giovane Itinga (Bahia).
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