Covid-19: decide-se esta segunda-feira cerca sanitária para o Porto - TVI

Covid-19: decide-se esta segunda-feira cerca sanitária para o Porto

Covid-19: Porto vive dias mais calmos

Autoridades de Saúde estão a ponderar. Câmara do Porto diz que «não foi informada, nem aceita» medida, que qualifica de «extemporânea»

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Artigo atualizado às 14h55 com o comunicado da CM Porto

As autoridades de saúde estão a equacionar a imposição de uma cerca sanitária no Porto, concelho que tem neste momento o maior número de casos de covid-19 no país: 941.

«Relativamente à cerca sanitária, está a ser equacionada entre as autoridades de saúde regionais e nacionais e o Ministério da Saúde e provavelmente hoje será tomada uma decisão nesse sentido», disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa esta segunda-feira.

«O Porto, neste momento, do ponto de vista dos meios materiais e humanos que precisa, tem estado a receber todo o apoio», garantiu Graça Freitas.

Em comunicado, a Câmara do Porto (CMP) diz que «não foi informada, nem aceita cerco sanitário que seria extemporâneo.»

«Tal medida, absurda num momento em que a epidemia de covid-19 se encontra generalizada na comunidade em toda a região e país, não foi pedida pela Câmara do Porto, não foi pedida pela Proteção Civil do Porto e não foi pedida pela Proteção Civil Distrital. Nenhuma destas instituições e nenhum dos seus responsáveis, incluindo o presidente da Câmara do Porto foi contactado, avisado ou consultado pela Direção Geral da Saúde», garante a CMP.

«Caso a medida, inútil e extemporânea fosse tomada, tornaria impossível o funcionamento de serviços básicos da cidade, como a limpeza urbana (cuja maior parte dos trabalhadores não reside na cidade), como a recolha de resíduos (cuja LIPOR fica fora da cidade), como o abastecimento e acessos a dois hospitais centrais (Santo António e São João) estariam postos em causa», acrescenta o comunicado da autarquia.

«A Câmara do Porto não pode concordar com uma medida dessa natureza, baseada em estatísticas sem consistência científica ou fiabilidade, emitidas diariamente pela DGS e cujas variações demonstram a sua falta de credibilidade. Muito menos faz sentido isolar uma cidade quando à sua volta a situação epidemiológica nos concelhos limítrofes é em tudo igual», frisa a Câmara do Porto, que acrescenta que, «assim sendo, deixa de reconhecer autoridade à senhora Diretora Geral da Saúde, entendendo as suas declarações de hoje como um lapso seguramente provocado por cansaço».

Portugal tem 6.408 infetados por covid-19 e 140 mortos.  A maioria dos casos e dos óbitos estão registados na Região Norte.

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