Covid-19: «Tomámos medidas na altura certa e temos motivos de orgulho» - TVI

Covid-19: «Tomámos medidas na altura certa e temos motivos de orgulho»

Secretário de Estado da Saúde, António Sales, acompanhado pela Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas

Secretário de Estado da Saúde comentou dados que apontam Portugal neste momento como o segundo país da União Europeia com maior número de casos diários

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O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, confrontado com dados que apontam Portugal neste momento como o segundo país da União Europeia com maior número de casos diários de covid-19, apenas atrás da Suécia, afirmou que «Estamos perante uma maratona».

«Da mesma forma que não nos consideramos bestiais na primeira fase, garantidamente também não nos consideramos o oposto na segunda», apontou o governante na conferência de imprensa em que apresentou o relatório que dá conta de mais sete mortes e 283 infetados em Portugal.

«Isto não é uma disputa por países, pelo contrário. Portanto, Portugal não se coloca em comparação com outros países. A nossa estratégia passa por proteger faixas mais vulneráveis e posso dizer que a incidência em pessoas com mais de 60 anos baixou de 36% para 31,3%», explicou António Lacerda Sales, adiantando que «a pressão nos serviços de saúde nunca sobrecarregou quer internamentos quer os cuidados intensivos.»

«Temos como recuperados mais de 80% dos nossos profissionais… e outros dados que sem quereremos fazer comparações são para nós motivo de orgulho», disse António Lacerda Sales. «Temos menos óbitos, menos casos, e com base nesta estratégia, achámos que tomámos medidas na altura certa e que temos motivos de orgulho», frisou.

A diretora-geral da Saúde foi questionada sobre o facto de a China ter ordenado confinamento de urgência de 11 bairros de Pequim, por causa da covid-19, e disse que a população não pode «estar descansada», dado que «o vírus circula a nível planetário», e notou que um eventual ressurgimento «não é inesperado».

«Essa é a preocupação de todos, mas não é uma coisa que não se esperasse. O vírus está no nosso planeta, no nosso país, e a situação está controlada, mas sempre que levantamos a mão da mola, o vírus segue a sua trajetória», notou Graça Freitas.

Isto quer dizer que, «mesmo países que já o controlaram, podem sempre ter uma introdução. É uma situação preocupante, mas não inesperada», apontou.

A diretora-geral da Saúde admitiu ainda ser frequente registar «um ou dois casos» de infetados a bordo de voos que chegam a Portugal, e anunciou um «reforço gradual» das medidas sanitárias nos aeroportos portugueses.

«Não sei dizer exatamente quantos casos foram detetados, mas sei que é frequente a minha colega [da Direção-Geral da Saúde] identificar um ou dois casos em determinados voos. Não é em todos, mas não é uma situação rara, acontece com alguma frequência», referiu.

Recordando que a aterragem e partida de voos em Portugal «nunca foi interrompida”» tendo apenas sido realizada com «menor fluxo» dadas as medidas restritivas aplicadas por causa da covid-19, Graça Freitas anunciou que «as novas medidas vão ser implementadas gradualmente», referindo-se a questões como a medição da temperatura corporal e a um rastreio feito de forma digital.

Em concreto, e face «a um aumento previsível do número de voos e dos destinos», a DGS vai «fazer um controlo da temperatura» corporal dos passageiros que chegam aos três aeroportos principais do país, em Lisboa, Porto e Faro, especificou Graça Freitas.

«Depois, continuamos a investir muito na informação que é dada aos passageiros que vêm nesses voos para, nomeadamente se vierem a desenvolver sintomas, saberem exatamente o que devem e podem fazer», acrescentou.

Além disso, «estamos a trabalhar noutro tipo de medidas, que têm a ver com descobrir e perceber em que sítio do avião é que cada passageiro viajou e quem eram as pessoas que estavam na fila à frente, atrás e aos lados, isto porque estes voos podem trazer alguém doente», frisou Graça Freitas.

«Nós todos os dias ou praticamente todos os dias detetamos casos [de covid-19] que vieram nesses voos», referiu a responsável.

E é para fazer este «rastreio às pessoas que tiveram à volta» de alguém infetado que estão ser distribuídos papéis para preenchimento de informação, que posteriormente serão substituídos por «cartões eletrónicos com formas mais expeditas» de registo destes dados, explicou Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde adiantou que a tutela está, então, a trabalhar nesta «solução eletrónica» para «facilitar a logística de poder encontrar um passageiro doente já em Portugal e a partir desse poder encontrar já quem foram as pessoas que viajaram no avião perto delas».

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