Alemanha: «recessão séria» nos próximos meses - TVI

Alemanha: «recessão séria» nos próximos meses

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País sofreu a maior contracção em 22 anos nos últimos três meses

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A Alemanha vai estar numa recessão «séria» nos próximos meses, cuja amplitude dependerá do papel estabilizador que poderá desempenhar o consumo privado numa altura em que a crise global afecta as exportações e o investimento, alertou esta quinta-feira o Bundesbank.

«No quarto trimestre de 2008 a economia alemã entrou numa recessão séria, que vai continuar nos próximos meses», afirma o banco central alemão no seu boletim mensal.

«A amplitude da recessão vai depender de forma decisiva de até que ponto o consumo privado poderá assumir um papel estabilizador», acrescenta o Bundesbank.

A Alemanha sofreu a maior contracção em 22 anos nos últimos três meses de 2008 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) da primeira economia europeia de 2,5 por cento este ano, o pior desempenho desde a II Guerra mundial.

A situação agravou-se no último mês do ano, marcado por uma nova e maior quebra das encomendas à indústria e um aumento do desemprego quase duas vezes superior às previsões dos analistas, num contexto de queda do mercado bolsista (o principal índice da Bolsa de Frankfurt - o DAX - caiu 12 por cento em 2008).

A coligação liderada pela chanceler Angela Merkel aprovou um plano de 80 mil milhões de euros, a implementar em dois anos, para apoiar a economia, que representa 1,6 por cento do PIB, sendo o maior pacote de estímulos à economia da União Europeia.

As medidas do governo são «justificáveis» face à «forte deterioração» das perspectivas económicas globais, considera o Bundesbank.

Este pacote «vai provavelmente dar um impulso notável a economia com um todo em 2009 e 2010», escrevem os economistas do banco. «No entanto, ficará bastante longe de compensar o abrandamento do crescimento esperado no sector das exportações a curto prazo».

O Bundesbank julga que o programa de incentivos do governo poderia ter sido «mais efectivo» se optasse por «se centrar mais no futuro imediato». Algumas das medidas não terão impacto na economia antes do próximo ano e até mais tarde, nota.
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