David Goodall despediu-se da sua casa na Austrália para voar até à Suíça e terminar a sua vida. A condição física e qualidade de vida pioraram e daí o seu desejo pela antecipação da morte.
Lamento muito ter atingido esta idade. Eu não estou feliz. Eu quero morrer", disse Goodall à Australian Broadcasting Corporation.
A morte assistida é legal apenas num estado na Austrália, mas requer que a pessoa esteja em estado terminal.
O cientista vai até à cidade suíça de Basileia, onde já tem uma consulta marcada com uma clínica de assistência ao suicídio.
Nesta viagem, o ecologista vai com uma amiga, Carol O'neil, que já confessou apoiar esta decisão.
Ele é um homem independente. Não quer pessoas à sua volta o tempo todo, um estranho a tentar cuidar dele. Ele não quer isso. Ele quer ter uma conversa inteligente e ainda ser capaz de fazer as mesmas coisas, como apanhar um autocarro para ir à cidade."
Ao longo da sua carreira, Goodall publicou dezenas de estudos e colaborou com várias revistas especializadas em ecologia até recentemente. Editou uma série de livros de 30 volumes: "Ecossistemas do Mundo".
Em 2016, a Universidade Edith Cowan, onde o cientista colaborava, pediu-lhe que deixasse de investigar pelos riscos das deslocações. David Goodall recorreu da decisão e continuou a colaborar com a instituição, mas mais perto de casa.