Passos: «Não há intenção de agravar austeridade» - TVI

Passos: «Não há intenção de agravar austeridade»

Primeiro-ministro tentará que eventuais medidas penalizem o menos possível

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O primeiro-ministro disse esta terça-feira que o Governo não tem «nesta altura» intenção de agravar o «quadro de austeridade».

Mas a meta do Governo para o défice deste ano, de 4,5 por cento do PIB, parece cada vez mais uma miragem e o Executivo poderá ser forçado a avançar com mais medidas. Se tal acontecer, diz Passos, «tentaremos adotar as que penalizem o menos possível os portugueses. Já ontem Vítor Gaspar tinha dito o mesmo.

«Não há nesta altura nenhuma intenção do Governo de tornar mais exigente o quadro de austeridade sobre os portugueses», afirmou Pedro Passos Coelho, após questionado pelos jornalistas sobre eventuais novas medidas de austeridade.

Pedro Passos Coelho argumentou, citado pela Lusa, que «o Governo baseia-se na realidade e não na ficção», ironizando que não é adivinho nem tem uma bola de cristal e afirmando que «não compete a um primeiro-ministro andar todos os dias a fazer especulações sobre o que é que fará se determinados eventos vierem a ocorrer».

«O que posso dizer aos portugueses é que o exercício orçamental será mais exigente e difícil do que estávamos à espera. Procuraremos dentro da margem do próprio orçamento amplificar a nossa margem de segurança de modo a que os portugueses sejam o menos penalizados possível por quaisquer outras medidas que tenham que ser adotadas e não vou especular sobre quaisquer outras medidas enquanto não tiver objetivamente razões para o fazer», declarou.

BCE e dívida separam PSD e PS

Já sobre a realização de uma resolução comum entre PS e PSD para a próxima cimeira europeia, que se realiza esta quinta e sexta-feira em Bruxelas, Passos Coelho explicou que foi invibializada por dois pontos: o papel do BCE e criação de uma agência europeia para gerir dívida mutualizada.

Mostrando «pena» por «no fim não tivesse sido possível chegar a um documento comum», o primeiro-ministro frisou que o Governo não vê condições no atual quadro europeu para que «quaisquer destas ideias possa ser bem-sucedida».

«Ora, estas ideias só num quadro de um grande aprofundamento político da Europa que passe pela criação de um tesouro europeu e de um governo europeu».

«Não significa isto que nós não desejemos que isso possa acontecer. E a Europa hoje está confrontada com problemas de uma tal dimensão que julgo que seria motivo de inspiração pensar em que medida este processo de construção europeia possa ser acelerado e aprofundado», acrescentou o governante.

No entanto, frisou, «olhando com realismo» para as condições existentes, Passos disse duvidar que «qualquer uma dessas ideias seja concretizável no curto prazo».

Já questionado sobre a mensagem que colocou segunda-feira na sua página oficial no Facebook, Passos Coelho defendeu que, quando passa um ano sobre a posse do Governo, considerou importante dizer aos portugueses que faz um «balanço geral positivo» e que o Executivo «está hoje mais próximo» dos objetivos quer «do reconhecimento externo» de que a dívida pública é confiável quer dos resultados da economia.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas no final de uma visita ao novo centro de investigação da Nokia Siemens Networks, em Alfragide, Amadora, que representa um investimento de 90 milhões de anos a aplicar em dois anos.
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