O poder do City aumenta a agonia do campeão - TVI

O poder do City aumenta a agonia do campeão

O resultado do último jogo entre rivais espelha não só a diferença de qualidade entre as duas atuais equipas como reflete também as direções opostas em que vão as épocas dos dois clubes. Pellegrini corresponde às expectativas. Moyes desilude (e muito) no ano da sucessão a Ferguson

O dérbi de Manchester entre o United e o City desta terça-feira resultou em mais uma confirmação das duas realidades opostas que caracterizam os dois rivais daquela cidade de Inglaterra. O campeão inglês ainda em título vive uma época de agonia no ano seguinte à saída do vitorioso Alex Ferguson. O clube que veste de azul claro respira saúde dando seguimento em resultados desportivos ao investimento financeiro que ostenta.

O resultado do jogo é o espelho desta moeda que circula na atual Manchester. A face do City exibiu o número 3; a do United ficou pelo zero. Ao décimo jogo seguido entre rivais sem um empate, o Manchester City ganhou 3-0 em Old Trafford registando a terceira vitória consecutiva em casa do adversário – o que os «citizens« não conseguiam há 42 anos: a última vez tinha acontecido entre 1968 e 1972 numa série de quatro vitórias dos azuis de Manchester no terreno do United.

Os atuais três triunfos consecutivos fora do City começaram com o 6-1 do ano do último título de campeão em 2011/12 e seguiram com o 2-1 da época passada, até à vitória desta noite. Desde esses 6-1 até agora, United e City defrontaram-se mais seis vezes (em todas as competições) e os «red devils» só duas vezes conseguiram ganhar. Sem empates (como se disse), o City ganhou quatro (perdendo duas vezes em casa: uma para a liga, outra para a taça). Na presente época, porém, os «citizens» já ganharam os dois jogos da Premier League perfazendo um total de 7-1 em golos (com os 4-1 da primeira volta).



Manuel Pellegrini tinha afirmado antes do jogo que, «atendendo a esta época, há apenas um clube em Manchester». «E é o nosso», concretizou o treinador chileno do City. David Moyes não gostou, respondeu que, como treinador não diria uma coisa dessas, até porque «o futebol tem mudanças», pois «decorre por ciclos». O facto é que o resultado de 3-0 deste último dérbi confirma (se não um ciclo negativo do United, que não pode ainda ser assumido) uma péssima sucessão do treinador mais vitorioso do futebol inglês.

O Manchester United de David Moyes sofreu nesta terça-feira a décima derrota no campeonato, o pior registo desde 1992/93, quando começou a era Premier League – os piores conjuntos de derrotas na liga tinham sido de nove em 2001/02 e 2003/04. Nesta temporada, o United apenas ganhou um jogo em 13 frente aos primeiros nove classificados do campeonato. E esta é também a primeira época em que o United perdeu em casa e fora na mesma liga com Liverpool e... Manchester City.

Os «red devils» sofreram também neste jogo o golo mais rápido alguma vez sofrido desde que há Premier League – resta-lhe como consolação que não é o golo mais rápido em absoluto em dérbis: o primeiro golo de Dzeko passou a ser o segundo mais rápido em jogos entre os rivais.



O bósnio Edin Dzeko abriu o marcador em Old Trafford aos 44 segundos marcando o primeiro de dois golos (Yaya Touré marcou o terceiro da noite). Dzeko não é a primeira opção de Pellegrini para o ataque, mas foi o escolhido para o dérbi na ausência de Agüero. E, como sempre, não se deu mal. O bósnio marcou o quinto golo nos seis jogos em que defrontou o United nas três épocas que tem em Inglaterra.

Manuel Pellegrini também ainda só tem boas recordações dos jogos com o Manchester United como treinador do City: ganhou os dois jogos nesta época de estreia em Inglaterra. O chileno já tinha defrontado os «red devils» em quatro jogos enquanto treinador do Villarreal e tinha conseguido quatro empates. Ou seja, em seis encontros, Pellegrini ainda nunca perdeu com o Manchester United. E vai fazendo o seu City regressar ao topo da classificação da liga inglesa.

Arsenal de Wenger aos tropeções

Enquanto o Manchester United de Moyes está no sétimo lugar, o City de Pellegrini está no segundo posto a três pontos do Chelsea. Foi precisamente na derrota com a equipa de José Mourinho que a equipa de Pellegrini sofreu o último golo estando agora há 509 minutos (59 minutos e mais cinco jogos) sem ser batida.

Ainda há vários jogos em atraso por realizar que podem modificar as contas da classificação – inclusive já nesta quarta-feira com o Liverpool em campo. O Manchester City derrotou o United em jogo da 28ª jornada da Premier League (que vai na 31ª ronda), assim como o Arsenal acertou calendário relativamente à 29ª jornada.

Em casa, frente ao Swansea, as 1001 noites de Arséne Wenger em jogos dos «gunners» continuaram a ser para esquecer, pois o Arsenal não conseguiu melhor do que um empate; com mais contornos dramáticos depois da última goleada (0-6) com o Chelsea: depois de ter estado a perder com o Swansea, o Arsenal virou o resultado, mas foi traído por um autogolo – como pode conferir sobre tudo o que se passa na liga inglesa clicando aqui.  
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