Os instantes que antecederam o dérbi entre Benfica e Sporting ficaram marcados pelo abraço de Jorge Jesus a Ruben Amorim à boca do túnel.
O treinador das águias, que trabalhou com Amorim no Benfica mas também no Belenenses, parabenizou o agora rival pela conquista do campeonato e depois virou-se para o relvado e mostrou três dedos: o mesmo número de campeontos que Jesus e Amorim conquistaram quando coabitaram no emblema encarnado.
«Não reparei. Eu estava a brincar com o Paulinho [roupeiro], que gosta muito do mister Jesus, e não reparei em nada disso. Posso estar ali a cumprimentar as pessoas, mas estou a pensar no jogo. Não percebi bem o que disse», afirmou Amorim em declarações no final do jogo.
O técnico das águias também foi questionado sobre o gesto e na mesma frase negou-o e... confirmou-o. «Não fiz gesto nenhum de três. Enquanto estive a falar com ele, nem sei porque é que eu estava assim [n.d.r.: Jesus gesticula e mostra três dedos]. Mas que ganhei três campeonatos com ele, é verdade», disse.
«Quis dar-lhe pessoalmente os parabéns. Não queria fazê-lo pelo telefone. Achei que não merecia que eu lhe desse os parabéns pelo telefone. Quis dar-lhe pessoalmente», acrescentou.
Recorde-se que na véspera, durante a antevisão ao jogo, Ruben Amorim revelou que ainda não tinha recebido os parabéns de Jorge Jesus, mas que o homólogo do Benfica terá feito chegar essa mensagem ao presidente Frederico Varandas e afirmou que, ao contrário do que algumas pessoas possam pensar, nunca teve uma relação muito chegada com ele.
«Curiosamente, o Ruben é o jogador que mais anos trabalhou comigo. Nenhum jogador trabalhou sete anos comigo. Também foi meu jogador no Belenenses. Ele fez praticamente uma carreira comigo. O carinho que ele tem por mim e eu por ele, foi sempre um carinho dentro da normalidade, sendo que há jogadores diferentes uns dos outros. O Ruben era um miúdo com muita personalidade e às vezes tínhamos algumas discussões entre jogador e treinador. Como eu tenho no Benfica e terei em qualquer lado onde esteja», rematou Jorge Jesus aos jornalistas.