Rapto: buscas casa a casa - TVI

Rapto: buscas casa a casa

  • Portugal Diário
  • 5 mai 2007, 18:16
Autoridades procuram Madeleine McCann

PJ passou a pente fino todos os apartamentos do «Ocean Club», jardins, parque de campismo, quintais e caixotes do lixo. GNR efectuou operações STOP nas estradas de acesso à Praia da Luz. PJ acredita que «Maddie» ainda está viva e na zona

(Actualizada às 20h)

Dezenas de agentes da Polícia Judiciária estiveram hoje a inspeccionar uma a uma as casas vizinhas do bloco de apartamentos de onde, na quinta-feira à noite, desapareceu a pequena Madeleine McCann, conhecida por «Maddie», escreve a Lusa.

Munidos de plantas da zona, os agentes passaram a pente fino as redondezas do apartamento, na Praia da Luz, batendo as ruas, casas e jardins em redor do «Ocean Club». Os polícias mostraram-se particularmente atentos aos quintais, recantos e acessos da zona, não descurando os caixotes do lixo. O parque de campismo da localidade foi também revistado por cães e agentes.

Nas estradas de acesso à Praia da Luz brigadas da GNR efectuaram várias operações «stop» com vista a encontrar a criança. Todos os veículos encostaram e os condutores foram obrigados a abrir a bagageira. A fronteira de Vila Real foi uma das mais vigiadas.

A pressão sobre a zona do desaparecimento reforça a ideia hoje anunciada pelo director da PJ de Faro, de que há muitas hipóteses de a criança ainda se encontrar na zona.

O responsável da PJ assegurou que existe um «esboço» de um eventual suspeito, mas que se recusou a divulgar para «assegurar a vida da criança».

Junto à casa, cujo acesso continua vedado, continuam dezenas de militares da GNR, bombeiros e elementos da Cruz Vermelha, alguns dos quais têm partido dali para buscas a pé pelas imediações.

Uma lancha salva-vidas, com quatro homens da Polícia Marítima, está a patrulhar a costa, disse à Lusa fonte policial, acrescentando que também há patrulhamentos a cavalo.

A PJ de Faro, que tem evitado falar aos jornalistas fora dos balanços agendados, cancelou a conferência de imprensa destinada a fazer um novo ponto da situação. Fonte da Judiciária afirmou à Lusa que o cancelamento se deve ao facto de não haver novos elementos a apresentar publicamente sobre as operações em curso e escusou-se a adiantar quando haverá nova reunião com os jornalistas.

A Judiciária apela a quem tiver informações para que ligue 289 884500.

Residentes sentem-se seguros

A população, maioritariamente britânica, da Praia da Luz (Lagos), onde quinta-feira à noite desapareceu a pequena Madeleine, continua a considerar a localidade segura, apesar de o caso lhe suscitar apreensão.

«Não sinto insegurança, penso que continua a ser um sítio seguro» disse à Agência Lusa o britânico John Oxenham, de 72 anos, residente na vila há cerca de seis. Para este cidadão britânico, o desaparecimento da criança de três anos está a ser seguido com muita atenção porque se trata de «um bebé», mas estas situações «são normais nos países evoluídos» e «também comuns no Reino Unido».

«Todos os dias a comunicação social inglesa divulga notícias deste género», disse John Oxenham, acrescentando que «é necessária muita atenção com as crianças, porque são alvos fáceis».

«Um dos gerentes do aldeamento Ocean Club ainda hoje me disse que houve um cancelamento de reservas após o caso e (a taxa de ocupação passou) de 36 para 30 por cento e depois para 25 por cento», disse Rui Baptista.

Por outro lado, o empresário assegurou que a zona - um destino turístico - não tem um policiamento adequado à sua dimensão. «Durante o Verão registam-se vários assaltos e roubos e não há quem nos acuda rapidamente», disse, defendendo a instalação de um posto de polícia permanente na localidade.
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