Cristiano Ronaldo: exigem-se respostas - TVI

Cristiano Ronaldo: exigem-se respostas

Ronaldo

Durante nove dias parece que nada aconteceu na Cidade do Futebol: mas aconteceu, e por que razão nada se fez?

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O caso positivo de Cristiano Ronaldo levanta várias perguntas, que exigem uma resposta.

Por exemplo, porque é que a Direção-Geral de Saúde, que tem a obrigação de proteger a saúde dos cidadãos, nada fez em todo este processo?

E a Federação, que foi tão rápida a adiar vários jogos, e até competições que não conseguiam dar uma resposta eficiente ao controlo do vírus, como deixou que tudo continuasse na mesma?

Para que servem os apelos, as campanhas, os sacrifícios que são pedidos, se depois disso uma atividade e um grupo de pessoas tão expostas mediaticamente passam o sinal contrário ao país?

A Seleção Nacional, vale a pena lembrá-lo, fechou-se na Cidade do Futebol. Na terça-feira descobriu-se que havia um infetado dentro da chamada bolha. Na sexta-feira soube-se que havia um segundo infetado. Ambos abandonaram a concentração e tudo ficou exatamente na mesma.

Como se nada tivesse acontecido.

Se um de nós estiver em contacto direto com um infetado, a resposta das autoridades de saúde é para cumprir obrigatoriamente um período de isolamento.

Na Seleção ninguém se isolou, ninguém se separou do grupo, ninguém entrou em quarentena. Pelo meio a comitiva nacional saiu da bolha e viajou para França, efetuou um jogo, voltou a viajar, andou em espaços públicos e contactou com pessoas.

Dizem que os jogadores fizeram sete testes à covid-19, o que é uma enorme fraude.

Não precisamos de ser médicos para sabermos, nesta altura da pandemia, que o vírus tem um período de vários dias de incubação, que a maior parte das pessoas só adquire um nível relevante de infeciologia entre o quarto e o sétimo dia após ser infetado e que em alguns casos podemos acusar positivo catorze dias depois de ser infetados.

Fazer muitos testes à covid-19 não dá a ninguém imunidade. Por isso é muito provável que, nos próximos dias, haja mais casos positivos saídos do grupo da Seleção Nacional.

É verdade que os jogadores, por serem jovens, fortes e bem preparados fisicamente, formam parte daquele grupo de baixo risco. Mas não é isso que está em causa.

Não é isso que importa.

O que importa é perceber que a Federação e a DGS parecem ter cedido perante a pressão internacional. O futebol não pode parar, não pode atrasar-se, não pode esperar: faltam datas para a realização dos jogos internacionais das seleções.

E para a UEFA, esse sim é o problema.

O país, esse, olhará para tudo isto sem saber o que pensar ou o que fazer. À espera de respostas. Das tais respostas que se impõem.

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