Fala-se muito de arbitragens - TVI

Fala-se muito de arbitragens

Man. City-Chelsea (Reuters)

Tanto que já enjoa

Nas últimas semanas o espaço mediático dedicado ao desporto encheu-se de críticas aos árbitros. Nada de novo. Mas às vezes as palavras são tantas e tão recorrentes que enjoam.

Houve tweets, comunicados, newsletters e editoriais, houve Benfica, FC Porto e Rio Ave, houve até – meu Deus!! – Pinto da Costa a condenar as arbitragens de outros.

O barulho tornou-se ensurdecedor.

Quem segue o futebol português, acabou por ser habituar a isto. O que é mau. Não se pode pactuar com este tipo de discurso, que intoxica, menospreza e polui o futebol português.

Antes de mais, o que os dirigentes nos estão a passar é que é possível pressionar os árbitros. Faz parte da estratégia deles há anos: contratar um treinador, formar um plantel, pressionar os árbitros.

A determinada altura da época, e sem precisarem de razões para isso, lá vêm eles queixar-se dos árbitros e fazer barulho: importante é não ficar calado porque isso, imaginam, é dar um tiro no pé.

Pelo caminho, carregam o jogo de negatividade e cinzentismo. O futebol português não é um local divertido. E não o é por isso, porque há sempre mais uma acusação, uma suspeita, uma ameaça.

Todas as semanas vemos erros de árbitros por toda a Europa, inclusivamente em todos os grandes campeonatos, mas só aqui é que por detrás de um erro de arbitragem há uma suspeita de corrupção.

E porque é que isso acontece? Por um razão: porque o futebol português está entregue a péssimos dirigentes. Pessoas sem formação, sem espírito desportivo e, pior que tudo, sem visão estratégica.

Há anos que é assim e, pela amostra, não vai mudar tão cedo. Vai ser necessário esperar por uma ou duas gerações para ambicionar ter uma classe dirigente que nos possa orgulhar e satisfazer.

Até lá, o jogo vai definhando, neste tom pardacento. Porque continua entregue a gente que não lhe quer bem: gente que tomou o futebol de assalto e que legisla em benefício próprio na Liga de Clubes.

PS: Tudo isto seria evitável se a Federação quisesse: basicamente a Liga de Clubes, hoje, não serve para nada. Não serve o futebol. No máximo deveria serve para tratar da parte do negócio: patrocínios, publicidade, parcerias. Tudo o resto está lá a mais. Impõe-se, por isso, uma revolução. Ontem já é tarde.

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