As lágrimas de Sérgio Conceição.
A imagem do treinador do FC Porto a chorar, enquanto o Sporting levantava a Taça, reflete toda a amargura de um homem perante a forma como o futebol pode ser traiçoeiro.
O FC Porto foi melhor. À exceção de um ou outro breve momento, foi sempre melhor.
Mandou no jogo, dominou o adversário, ganhou segundas bolas, ganhou duelos, cometeu menos erros, criou mais ocasiões para marcar, foi sempre mais perigoso.
No entanto, ser melhor não chegou. Como tinha acontecido na Taça da Liga, o FC Porto perdeu num detalhe que se faz mais de sorte ou azar do que de estratégia ou talento.
Foi cruel? Foi, sim senhor.
Para o treinador do FC Porto, a crueldade das grandes penalidades não é nada de novo. Foi a terceira vez que lhe cruzou o caminho. Por isso aquelas lágrimas eram naturais. Refletiam a amargura de um homem que ama o futebol e se sente apunhalado pelas costas.
PS. Sérgio Conceição tornou-se notícia também depois do jogo terminar, num momento em que recusou cumprimentar Frederico Varandas.
Não se sabe o que lhe disse ao ouvido, mas não é difícil imaginar que aquele pedaço de teatro teve a ver com a queixa do Sporting contra o próprio treinador do FC Porto durante esta semana. Seja o que for, ficou muito mal a Sérgio Conceição fazer aquilo.
É rude, grosseiro e desagradável.
As queixas fazem parte do futebol: são estratégias. Não me parece nada pessoal. Deixar um homem de mão estendida no espaço mais nobre da final da Taça de Portugal, sim, tem mais qualquer coisa de pessoal. É um exemplo de má educação.
Sérgio Conceição perdeu duas vezes.