Aflalo: a estreia pelo Desp. Aves no Dragão após trágico acidente - TVI

Aflalo: a estreia pelo Desp. Aves no Dragão após trágico acidente

Raphael Aflalo

Guarda-redes brasileiro que se estreou contra o FC Porto atropelou mortalmente um jovem de 17 anos

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O guarda-redes Raphael Aflalo foi a grande novidade no Desportivo das Aves no Estádio do Dragão, ante o FC Porto, no domingo. Aos 23 anos, o jogador brasileiro fez a estreia absoluta pela equipa principal dos avenses, na derrota por 1-0 contra os azuis e brancos, para a 10.ª jornada da Liga.

A aparição inédita em jogos oficiais pela equipa principal surge pela mão de Leandro Pires, atual treinador interino, conhecedor do trabalho de Aflalo: com ele trabalhou regularmente na última época, no plantel sub-23, atual campeão da Liga e da Taça Revelação.

A carreira desportiva na Europa, em particular em Portugal, foi aberta a Aflalo pelo Desportivo das Aves. Contudo, foi o Mirandela o primeiro clube que representou, em 2017/2018, no Campeonato de Portugal. Isto após uma mudança que não se concretizou, do Corinthians para o Santos. O Timão, foi, de resto, o primeiro clube a dar-lhe contrato profissional, em 2014.

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«Não houve acordo e acabei por acertar com o Aves, de Portugal. Não havia mais prazo para inscrição e acabei emprestado ao Mirandela, da terceira divisão portuguesa», afirmou Aflalo, em fevereiro, em declarações ao sítio Yahoo Esportes.

Raphael Aflalo, no Mirandela, em 2017 (Foto: SC Mirandela)

Aflalo chegou ao Desp. Aves para representar a equipa B. Contudo, o clube acabou com a equipa secundária no final da época 2016/2017, o que motivou o empréstimo de alguns jogadores que iriam alinhar nos bês: um deles foi Aflalo, que seguiu dos avenses para Mirandela, tal como Ricardo Mangas, José Varela, Miguel Tavares e Cláudio Tavares.

No Mirandela, foi opção do treinador Rui Borges nos jogos contra Vizela, Arões e Pedras Salgadas, entre outubro e novembro de 2017.

Depois da passagem pelos transmontanos, Aflalo ficou em definitivo na Vila das Aves. Em 2018/2019, fez 19 jogos e ajudou aos dois títulos nacionais nos sub-23. Esta temporada, após quatro encontros na Liga Revelação, a estreia no grupo principal: só não evitou o remate de Marcano, ao minuto 13. No resto do jogo, esteve atento com várias defesas difíceis a manter o Desp. Aves na luta pelo resultado.

No final do jogo, o brasileiro foi curioso, emocionado e grato nas palavras. «Aproveitar a oportunidade e espero conseguir treinar bem para jogar na próxima semana. Sempre procurar rezar antes [do jogo] para Deus me iluminar. Nervosismo à parte, infelizmente não pude evitar [o golo]», referiu, à SportTV.

Aflalo é, ao lado de Beunardeau - habitual titular - e Szymonek, um dos guarda-redes do plantel principal, do qual faz parte. O brasileiro, aliás, já tinha integrado os treinos da equipa na última temporada.

O miúdo que se reergueu após um acidente

Entre mais um capítulo futebolístico de assinalar na carreira pessoal, Aflalo atravessa um processo sensível a nível judicial e com origem em 2017, quando ainda estava no país natal.

A 9 de abril desse ano, com 20 anos, Aflalo viveu um momento que ninguém deseja. Aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo. Seguia ao volante quando atropelou um jovem de 17 anos, que faleceria pouco depois.

Foi depois indiciado por homicídio doloso pela justiça brasileira, em fevereiro de 2018. Nessa altura, a defesa da vítima, o advogado Airton Sinto, alegou, citado pelo G1, que «o réu estava com a carta provisória suspensa» e que «a velocidade apurada pelos peritos foi de 120 quilómetros/hora» no momento do acidente.

FC Porto-Desp. Aves (destaques): Marcano e Pepe de um lado, Afonso e Aflalo do outro

A 10 de setembro último, Aflalo foi ouvido, por videoconferência, numa audiência de instrução que durou mais de cinco horas, no Fórum de Santos, com seis testemunhas de acusação e quatro de defesa presentes. Uma sétima testemunha de acusação, não presente, iria intervir através de carta precatória, o que motivou o prolongar da decisão. A defesa de Aflalo, pelo advogado Eugênio Malavsi, alegou visão obstruída por outro veículo antes do choque.

Nesta altura, e ao que o Maisfutebol apurou, a parte cível do processo está fechada: Aflalo pagou uma indemnização à família da vítima. A parte judicial ainda está por resolver. Aflalo tem-se mostrado disponível para testemunhar, tal como fez em setembro, por videoconferência.

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