Armando, um nome português para a história da Albânia - TVI

Armando, um nome português para a história da Albânia

Roménia-Albânia (Reuters)

A rábula dos equipamentos da Suíça e a estranha estatística da Roménia que só marcou de penálti

A FIGURA: Armando Sadiku

Tem um nome bem português mas não se lhe conhece qualquer ligação lusitana. Armando até é, de resto, um nome popular na Albânia, não se conhecendo se há alguma ligação à Grécia, já que a sua família é originária de Preveza, cidade do noroeste helénico, perto da fronteira com a Albânia.

Mas, à parte do nome que não passa despercebido a nenhum português, Armando Sadiku tem, agora, também uma bela história para contar: foi dele o primeiro golo de sempre da Albânia numa fase final. E logo um golo que deu uma vitória e, quem sabe, o apuramento para os oitavos de final como um dos melhores terceiros classificados.

Foi ao minuto 44, já com a campainha do intervalo prestes a soar, que veio o tal golo para a história do número 10 albanês. Um toque de cabeça, após cruzamento longo e com o guardião romeno completamente fora da baliza, foi suficiente para marcar a história do jogo e, ao mesmo tempo, fazer história para a Albânia.

Titular nos três jogos, este até foi, curiosamente, aquele em que jogou menos tempo, saindo a meia hora do final. A estratégia albanesa falou mais alto e foi necessário prescindir do único jogador do Europeu que atua numa equipa…do Liechtenstein.

É verdade, em janeiro, farto de não ter os minutos que precisava no FC Zurique, da Suíça, país onde construiu o grosso da sua carreira, e em risco de ver fugir a hipótese de estar no Euro, pediu ao clube para sair. Foi emprestado ao Vaduz, equipa que compete na Liga suíça, mas tem sede na capital do Liechstenstein, com o mesmo nome.

E foi assim que conseguiu a rodagem que precisava. Marcou oito golos em 18 jogos e chegou ao torneio francês num bom momento. Aliás, a fase de apuramento nem deixava adivinhar este desfecho: apenas esteve em dois encontros, ambos como suplente utilizado, marcando um golo no segundo, contra a Arménia.

Aliás, Sadiku é uma espécie de amuleto para a equipa. Quando marca, normalmente a Albânia vence. Feitas as contas, soma seis golos e só por uma vez a equipa não venceu.

E, já agora, voltando ao início do destaque, a única ligação que se conhece de Armando Sadiku a Portugal é o papel de…carrasco. Num jogo da seleção sub-21 lusa em 2011, de apuramento para o Campeonato da Europa da categoria, Armando Sadiku marcou dois golos e o jogo terminou mesmo 2-2, com Josué e Wilson Eduardo a marcarem os golos portugueses.

O MOMENTO: desta vez Payet acertou na trave

Minuto 76 do França-Suíça. O jogo estava emperrado no 0-0 que acabaria por vingar, quando Sissoko correu pela direita cruzou para uma área onde, para quem estava a seguir na televisão, não parecia estar ninguém. Mas a ilusão durou um segundo. Apareceu a grande figura francesa deste Europeu, até ao momento, também ele a todo o gás. Payet ocupou o espaço encostou o pé na bola e esta…foi à trave.

O França-Suíça teve um filme muito parecido com os dois anteriores duelos envolvendo a equipa da casa neste Europeu. É verdade que a Suíça não se deixou dominar como Albânia e Roménia, mas não deixaram de ser da França a maior parte das ocasiões para marcar. O que mudou, então, foi o desfecho. Os helvéticos foram mais eficazes a defender e seguraram o ponto.

À terceira, pela primeira vez, a França não marcou na reta final. Já tinha acertado na trave, antes, por Pogba, hoje novamente titular, mas foi o lance de Payet aquele que mais sensação causou.

A DESILUSÃO: Xerdan Shaqiri

O jogo não foi péssimo, longe disso, mas é normal que Shaqiri sofra do chamado «síndroma Cristiano Ronaldo»: quando a Suíça joga, é dele que se espera o toque de magia.

Daí que terminar a fase de grupos sem um grande lance para amostra seja pouco para a estrela suíça. E o jogo com a França não mudou a imagem apagado dos primeiros dois duelos. Mesmo sendo o jogador com a mais alta percentagem de passes certos (97.1%), o problema, para alguém de quem se espera perigo, está exposto no quadro abaixo.

Nem um remate para amostra. Mais perto, mais longe, algo que se visse. Algo que contrasta com o que se tinha visto antes quando, como se disse, a amostra já era pobre: cinco remates contra a Roménia, nenhum entre os postes, e dois contra a Albânia, a abrir, esses enquadrados.

Portanto, desde o jogo de estreia, Shaqiri nunca mais voltou a acertar na baliza. É ou não caso para dizer que se esperava mais?

A IMAGEM: as camisolas rasgadas da Suíça

A marca que veste a Suíça teve uma noite terrível. Dizem que não há má publicidade, mas também não parece fácil enquadrar numa caixa de coisas boas o que aconteceu esta noite durante o duelo com a França.

Uma camisola rasgada é um azar que acontece. Um puxão com força a mais no local errado e um ponto que descose ou um rasgão que se abre. Mas não foi apenas uma vez. Nem duas. Ou três. Ou até quatro!

Foram cinco as camisolas rasgadas no decorrer do encontro, algo verdadeiramente inusitado e que, certamente, ficará na história do Europeu quando se quiser fazer o levantamento do que de mais absurdo sucedeu.

Apetece perguntar. O que faltava mais acontecer neste jogo. Talvez a bola rebentar, não?

O FACTO: Roménia só dos 11 metros

A Roménia despede-se do Euro 2012 com um registo curioso: marcou dois golos, ambos de grande penalidade. Stancu é, ainda hoje, embora dificilmente por muito tempo, o melhor marcador do Europeu, a par de homens como Payet, Lukaku, Morata ou Bale, graças aos pontapés da marca dos 11 metros.

Os romenos terminam o grupo A em último lugar, atrás da Albânia que, mesmo só fazendo um golo em três jogos, conseguiu somar três pontos. A Roménia fica com um. Metade do que conseguiu na anterior participação (fez dois pontos em 2008), mas até marcou mais um golo.

Há oito anos só festejou um golo, num lance que até pode ser considerado de bola parada, embora seja um livre apontado quase de uma área à outra. O golo foi de Mutu e ajudou a uma igualdade a um com Itália.

Se esse golo for considerado como tendo nascido de um lance de bola parada, para encontrar um golo romeno num Europeu num lance de envolvimento, é preciso ir ao Euro 2000, à vitória sobre Inglaterra, por 2-3, que encerrou a fase de grupos. Dorinel Monteanu fez, na altura, o 2-2.

Mas então a Roménia não tinha ganho? Pois, mas o terceiro chegou…de penálti. Só não foi de Stancu, longe de imaginar, nessa altura onde estaria 18 anos depois. Marcou Ganea, então, eliminando os ingleses.

A FRASE

«Se não ganhas um jogo, não mereces passar.» Anghel Iordanescu, selecionador da Roménia.

É difícil discordar, de facto.

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