«O Mostovoi pegou em mim e só gritava ‘7-0 ao Benfica, 7-0 ao Benfica’» - TVI

«O Mostovoi pegou em mim e só gritava ‘7-0 ao Benfica, 7-0 ao Benfica’»

Giovanella (DESTINOS) - AP

DESTINO: 90s. Giovanella foi um dos grandes médios que o futebol português teve fora da órbita dos três grandes. Em Vigo tornou-se num dos heróis do melhor Celta da história. «Karpin, Mostovoi, Makelélé, Boban, foi o auge da minha carreira.»

DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias das décadas de 80 e 90, marcante no nosso futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

GIOVANELLA: Estoril-Praia (1993/94); Tirsense (1994/95) e Belenenses (1995/96)

‘Quem é o lourinho do meio-campo? Giovanella? Joga muito.’

A pergunta repete-se pelos estádios de Portugal ao longo de três temporadas. Everton Giovanella, suave e esperto, um executante de primeiro nível que tem de atravessar a fronteira para ser grande. Maior.

O esplendor do Celta, em Vigo, é vivido no início do século XXI. Grandes noites europeias, dramáticas, participações fortíssimas na liga espanhola, um investimento em craques de dimensão mundial: Karpin, Mostovoi, Makelélé, Gustavo López, Boban e, comum a todos eles, Everton Giovanella.

O Maisfutebol marca o encontro para a entrevista-vídeo. A simpatia de Giovanella, 51 anos e mais grisalho do que louro, não falta à chamada. O problema é que a ligação para Lajeado, estado do Rio Grande do Sul, não ajuda. A imagem falha, o áudio falha e tudo se resolve à velha e boa maneira: chamada telefónica, simples e eficaz.

A eficiência de Giovanella no meio-campo é, de repente, trasladada para uma conversa de parada e resposta. 30 minutos de grandes recordações e paragem obrigatória naquela trágica noite para o Benfica, a 25 de novembro de 1999: 7-0 em Vigo, com o lourinho do meio-campo a jogar os 90 minutos.

Giovanella é a 135ª viagem do DESTINOS.

GIOVANELLA EM PORTUGAL:

1993/1994: 18 jogos/1 golo (Estoril-Praia, 18º lugar)

1994/1995: 29 jogos/sem golos (Tirsense, 8º lugar)

1995/1996: 20 jogos/3 golos (Belenenses, 6º lugar)

TOTAL: 67 jogos/4 golos

Giovanella a falar com o Maisfutebol (antes de a imagem cair)

Maisfutebol – Bom dia, Giovanella. Agora já nos escuta bem?

Giovanella – Vim para o meu carro, para estar em silêncio. Estamos à vontade.

MF – Como está a sua vida aí no Brasil?

G – Bem, sou presidente do meu clube do coração, o Lajeadense. Vocês sabem como é o Brasil. É uma montanha-russa, de altos e baixos. Estou numa cidade acolhedora [Lajeado, Rio Grande do Sul], vivo no sul e numa zona muito parecida com Portugal e Espanha. Tenho alguns investimentos na área imobiliária e estou envolvido em vários projetos comunitários na cidade. Mas a minha maior paixão, além da família, é o Lajeadense.

MF – Quais são os objetivos desportivos do clube?

G – Queremos devolver o Lajeadense à Série A do campeonato estadual. O meu pai foi presidente do clube quando eu era atleta e agora sou presidente e o meu filho, o Luca, é um dos atletas. Tem feito bons jogos. Ele nasceu em Espanha, tem passaporte comunitário e está a lutar para ter uma oportunidade na Europa.

MF – O Giovanella tem uma ligação fortíssima a Vigo. E a Portugal?

G – Igualmente forte, através dos meus muitos amigos. O Rogério, o Pauleta, o Taira, o César Brito, o Paulo Torres, todos eles foram meus colegas de equipa no Salamanca. São amigos para sempre. E mantenho o carinho e a atenção pelo Estoril, pelo Tirsense e pelo Belenenses. Quando vou a Portugal tento visitar esses clubes e conhecer os novos dirigentes. Ah, e estava a esquecer-me do meu irmãozinho, o Paredão. Conhecemo-nos no Tirsense, depois ele foi para o Benfica e está a fazer um grande trabalho de scouting para o Red Bull Leipzig. Mantemos uma grande amizade.

MF – Ainda se lembra de como surgiu a possibilidade de vir para Portugal?

G – Como se fosse ontem. Ainda não estou velhinho (risos). O falecido Manuel Barbosa contactou-me, no final de 1993, quando eu jogava no Internacional de Porto Alegre. O meu pai português. Mantenho uma ligação enorme à esposa dele, a dona Emília, e aos filhos, o Rui e a Paula. Guardo o Manel no coração. Ele convenceu-me a fazer uma avaliação em Portugal e o primeiro clube onde eu treinei foi no Rio Ave. Mas o treinador José Rachão não quis que eu ficasse.

MF – Não sabíamos que tinha passado pelo Rio Ave.

G – Ninguém sabe (risos). Depois fui ao Estoril-Praia e o Fernando Santos gostou do que viu. Aprovou a minha contratação e joguei lá de dezembro de 93 a maio de 94. Descemos de divisão, mas joguei regularmente e chamei a atenção de outros clubes.

MF – Como era em 1993 o treinador Fernando Santos?

G – Espetacular, espetacular. Os treinos dele eram muito fortes e eu assustei-me. Ele puxava a sério por nós (risos). Vocês já o conhecem, não é? Ele coloca aquela expressão feia e todos têm de correr. Depois ele saiu e o Carlos Manuel assumiu a função de treinador-jogador. Aprendi muito, muito com o Fernando. Um engenheiro de profissão que sabia mais de futebol do que qualquer um de nós. Perdi o contacto com ele e tenho muita pena. Se não fosse o Fernando e o Estoril, certamente não teria atingido o nível que atingi na Europa.

MF – O Estoril desceu, mas o Tirsense estava atento.

G – O mister Eurico Gomes gostava muito de mim e fizemos uma bela equipa em Santo Tirso. O Paredão, o Marcelo, o Evandro, o Batista, o Caetano, o Cabral, um conjunto ótimo. O clube era pequeno, financeiramente era limitado e vivia muito à custa dos patrocinadores. Fiz uma bela época e passei a ter algum estatuto em Portugal. O Eurico era exigente, mas muito correto. Apanhei gente muito humana em Portugal, compreensiva. Nunca tive problemas com ninguém, até porque eu adorava treinar.

Giovanella (2º em baixo, à esquerda) no Tirsense

MF – No campo era um médio com classe. E fora do campo, como era o Giovanella?

G – Tranquilinho, tranquilinho (risos). Gostava de estar no meu canto e de respeitar toda a gente, sinceramente. Fiz uma carreira bonita, vitoriosa e deixei uma boa imagem em todo o lado. Fiz grandes amigos e nenhum inimigo no futebol.

MF – Em 1995 mudou-se para o Belenenses. E que grande equipa vocês tinham.

G – Essa equipa era fortíssima, a mais forte que tive em Portugal. O João Alves confiava muito em mim e foi ele quem me abriu as portas de Espanha. O Salamanca contratou-o e eu fui um dos jogadores que ele quis levar. Tenho gratidão enorme por ele, o ‘Luvas Pretas’. O João queria a equipa a jogar à bola, ter a bola, a divertir-se. Tínhamos um futebol bonito e ganhávamos. O Belenenses era muito grande, mas financeiramente estava um caos e tivemos vários meses de salários em atraso. É um clube simpático, histórico e acolheu-me muito bem. Ah, e nunca me esqueço dos pastéis de Belém, o doce mais delicioso que comi na vida (risos).

MF – Qual é a história mais engraçada que passou em Portugal?

G – Ai meu Deus, eu era tão ingénuo (risos). Vou contar o que passei logo à chegada, no Aeroporto de Pedras Rubras. Não era fácil arranjar um visto de trabalho e avisaram-me que os agentes alfandegários me fariam muitas perguntas.

MF – O questionário não correu bem?

G – Nada bem, porque eu atrapalhei-me todo. Perguntaram-me o que ia fazer a Portugal e eu disse que ia passear. ‘Vai passear para onde e vai ficar instalado aonde?’, perguntou o polícia. E eu, assim meio a tremer, lá respondi: ‘Vou dormir no Rio Ave’ (risos). O homem até reagiu bem e disse que assim eu ia ficar todo molhado. Teve bom humor, mas acabaram por me levar para outra sala e quiseram saber a história direitinha. Deram-me um visto de três meses e depois regularizei tudo.

MF – Em 1996 muda-se para o Salamanca e há um jogo inesquecível: a vitória por 4-1 em Camp Nou.

G – Precisávamos de ganhar para não descer. E fomos lá marcar quatro golos. O Pauleta fez dois e o César Brito também marcou. Tivemos alguma sorte, porque o Barcelona já era campeão e poupou alguns jogadores. Essa vitória deixou-nos na primeira divisão. Mesmo assim, acho que o Figo e o Fernando Couto jogaram [correto].

MF – O Pauleta era a estrela desse Salamanca?

G – Destacava-se bastante pelos golos e por isso foi contratado pelo Deportivo.

MF – Qual foi o colega de equipa mais divertido que apanhou?

G – Sem dúvida nenhuma, mas mesmo nenhuma, o César Brito. O Catanha também era muito engraçado e é um irmão que guardo até hoje. O Taira e o Pauleta também, mas o César Brito era a maior e melhor personagem. Um tipo formidável, sempre a gozar com os outros.

MF – Segue-se Vigo e o melhor Celta de sempre, de 1999 a 2006.

G – Karpin, Mostovoi, Makelélé, Boban, Capucho, Berizzo, foi o auge da minha carreira. Quando havia jogos de seleções, só eu e mais dois é que ficávamos em Vigo (risos). Isso diz tudo. Gustavo López, Cáceres, só craques. Eles iam para as seleções e nós ficávamos a descansar. Um grande clube, o clube mais marcante da minha vida.

MF – Nunca foi desafiado a representar a seleção de Espanha ou de Portugal?

G – A de Espanha, sim. Nessa altura eu já tinha passaporte espanhol, atravessava um grande momento e a imprensa lançou o meu nome. Mas nunca fui contactado pela federação. Tenho muitas saudades do que vivi na Europa.

MF – O 7-0 ao Benfica é o jogo mais perfeito do seu Celta?

G – Eu gosto de falar com respeito sobre esse jogo e sobre o Benfica. Conhecia o clube, tinha lá bons amigos como o Paulo Madeira e nessa noite correu tudo mal para eles. Nem é fácil explicar. Nós batíamos um canto e acabava em golo; eles cometiam um erro e acabava em golo; ninguém esperava e foi um jogo inexplicável. Fica marcado como uma página negra na história do Benfica e como um episódio glorioso em Vigo. Aliás, lá nos Balaídos há quadros e imagens dessa partida por todo o lado. Às vezes acontecem esses escândalos. E eu até estive próximo de vestir a camisola do Benfica. Teria sido um prazer.

MF – Como ficou o balneário do Celta depois de um 7-0 a um clube como o Benfica?

G – Nós sentimos que eles ficaram desorientados, os colegas do Benfica. Fui dar um abraço de conforto ao Paulo [Madeira]. Nós também perdemos uma vez por 5-0 contra o Villarreal. São jogos que destroem uma equipa. O setor inferior do estádio estava cheio de benfiquistas. Enfim, cada um fez o seu trabalho. Eu entrei no balneário e o Mostovoi pegou em mim aos berros: ‘7-0 ao Benfica, 7-0 ao Benfica!’. Ele estava assim porque dizia que tinha sido injustiçado lá.

VÍDEO: o 7-0 em Vigo ao Benfica, com Giovanella

MF – Nessa época o Benfica não foi a vossa única vítima europeia.

G – Demos 4-0 à Juventus. O Ancelotti facilitou, deixou o Zidane no banco e goleámos. O Paolo Montero foi expulso no primeiro tempo e nós estávamos inspirados. Del Piero, Zidane e nós a celebrar golos. O Celta tinha um grande futebol, tanto com o Victor Fernandez como com o Fernando Vázquez. Não era fácil passar em Vigo.

MF – Jogou ao lado de grandes craques. Consegue escolher o melhor de todos?

G – Mostovoi. Jogava muito. Em Portugal acho que não fazem ideia do que ele jogava. Depois… Gustavo López e Makelélé. E tive o privilégio de jogar contra o Ronaldinho Gaúcho e o Zidane. Vê-los ao meu lado, no campo, a tocar na bola… ainda joguei contra o Xavi e o Iniesta, veja bem. Fui um privilegiado, fui feliz. No final tive um problema num controlo anti-doping [setembro de 2005, último ano de profissional], mas essa história contarei com detalhe num livro. A única coisa que eu posso dizer é que nunca me dopei na vida.

MF – Em Espanha diz-se que o Giovanella assumiu a culpa de um colega mais novo.

G – É por aí (risos).

MF – Antes de acabar temos de saber qual a história que o Giovanella mais gosta de contar aos amigos próximos.

G – Vou contar uma que conto sempre nos jantares de amigos. Já me estou a rir (risos). Bem, o Agostinho [ex-V. Guimarães, Real Madrid, Salamanca, Paços] em Salamanca apareceu um dia de Mercedes. Um carrão comprido. O César Brito mal viu o carro disse logo: ‘Ah, agora sim, a partir de agora vou andar todos os dias de táxi’. É que nós tínhamos chegado há pouco a Salamanca e o Agostinho era dos poucos com carro. Bem, o César não perdoava nada.

MF – O Agostinho não gostou, claro.

G – Não gostou? Ele ficava mesmo danado. A história é esta: no segundo dia, o Agostinho chegou lá com o Mercedes e o César veio ter connosco e diz assim: ‘olhem, quando ele entrar para o volante, nós vamos todos para o banco de trás, ninguém se senta ao lado dele’. O Agostinho entrou e o César mostrou-lhe uma nota e disse: ‘chauffeur, leve-me a casa por favor’. O Agostinho veio a correr, abriu a porta aos berros e só queria bater no César, tivemos de agarrá-lo (risos).

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