Pele de galinha: a narração de Victor Hugo Morales ao adeus a Maradona - TVI

Pele de galinha: a narração de Victor Hugo Morales ao adeus a Maradona

Histórico jornalista que narrou o Golo do Século deixou telespectadores com lágrimas nos olhos

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Victor Hugo Morales é uma figura do futebol mundial. Nunca rematou uma bola, mas fez grandes fintas com as palavras. Foi ele que narrou o Golo do Século, de Maradona, e ajudou a eternizar o momento mais sublime do futebol mundial.

Esta quarta-feira, no dia em que Maradona morreu, Victor Hugo Morales voltou a estúdio para fazer outra narração histórica: o uruguaio de nascimento, e argentino de coração, eternizou em palavras o que foi Diego Maradona.

«O golo de Maradona aos ingleses ocorreu-me que acontecia de outra maneira.Sonhava que fosse assim, por exemplo: 'Capta a bola, Maradona. Avança Maradona. Finta um inglês, finta dois, aí vai o génio do futebol mundial.' Mas de repente acontecia algo. De repente, Diego não ia para a baliza dos ingleses. De repente, Diego começa a levantar-se no ar e subia dois metros, cinco metros acima do relvado», começou por dizer Victor Hugo Morales.

«Diego trepava no ar e as bancadas começava a olhar para cima. Eu não sabia o que fazer com o relato. O que ia dizer? Que parecia um ET que em vez de uma bicicleta leva uma bola atada ao pé? Diego seguia, com uma aura dourada em torno do seu corpo e de repente metia golo. E nessa altura Diego convertia-se numa estrela. Criemos uma estrela esta noite. Que seja Diego. Que seja Diego para sempre», continuou.

«Despidamo-nos dele, não com a emoção que nos parte o coração. Recordemo-lo tão vivo como o seu ar, como a sua dança, como o seu jogo e como a sua ousadia. Estamos a falar de alguém que foi único. Acompanha-o a glória, como resposta a tanta busca, a tanta disputa, a tanta luta. Vai-se o sol, chega a noite e, no entanto, nós estaremos sempre habitados por esse resplendor que estará ao lado do túmulo de Diego Armando Maradona.»

«Será sempre um sol, que ilumina o futebol, que ilumina as nossas conversas, que ilumina os nossos churrascos, que ilumina o nosso amor por esse jogo, que ele cultivou como nenhum outro. Sois o maior de todos, Diego. Sois incomparável. Sois o amor que sentimos pelo futebol feito gente. Por isso, e como vós mesmos dissestes, vós ficais cá. Até sempre, Diego.»

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