Transportes: alunos pagam por dívidas nas Câmaras - TVI

Transportes: alunos pagam por dívidas nas Câmaras

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Acumulação de dívida das autarquias é «insustentável» e, por isso, o transporte deve deixar de ser gratuito, alerta ANTROP

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O transporte escolar deverá ser cobrado aos estudantes caso os municípios continuem sem pagar as dívidas aos operadores, disse esta terça-feira o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP), Luís Cabaço Martins.

«A situação é muito grave, temos uma dívida acumulada de 60 milhões de euros de 250 autarquias e o que recomendamos aos nossos associados é que não transportem mais ninguém sem que haja o respetivo pagamento», afirmou Luís Cabaço Martins à Agência Lusa.

O presidente da ANTROP convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa em Lisboa para anunciar que a acumulação de dívida das autarquias é «insustentável» e, por isso, o transporte deve deixar de ser gratuito.

O responsável sublinhou que este prejuízo está a pôr em risco cerca de 70 empresas, na maioria localizadas no interior, cujo serviço de transporte escolar é a principal fonte de rendimento.

Luís Cabaço Martins considera que as câmaras têm dinheiro para pagar este serviço, basta apenas que haja «organização e definição de prioridades para garantir o serviço público do transporte às populações».

«Não estamos a pedir sacrifícios a ninguém, estamos é a dizer que sem dinheiro as empresas não conseguem subsistir e fecham e assim não há transporte. Aquilo que pedimos aos senhores presidentes de câmara é que deem prioridade à questão do transporte público e recorram ao dinheiro disponível para liquidarem dívidas que são da sua disponibilidade», sustentou.

Segundo o responsável, a cobrança de bilhetes no serviço de transporte escolar a 300 mil estudantes poderá acontecer já este ano, dependendo da situação das empresas.

«Há operadores em mais dificuldades que outros e, por isso, admitimos que, se a dívida das autarquias não for paga a curto prazo, o transporte escolar poderá passar a ser pago já no terceiro período do ano letivo», disse.

Luís Cabaço Martins não exclui recorrer aos tribunais para cobrança da dívida, embora acredite que a sensibilização das autarquias é a melhor forma de resolver o problema.

Além dos estudantes, deslocam-se diariamente, pelo serviço escolar, mais de 200 mil pessoas, na maioria idosos que, a manter-se a dívida e com encerramento dos operadores, poderão também deixar de dispor do serviço.
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