Os efeitos da crise económica já se alastraram aos países em desenvolvimento, em áreas como o comércio, o preço das matérias-primas ou as remessas de dinheiro, considerou esta terça-feira o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
«Embora inicialmente tenha sido poupada à agitação do sector financeiro, os efeitos subsequentes da quebra económica espalharam-se aos países em desenvolvimento» por via da contracção do crédito, do comércio, dos preços das matérias primas e das remessas de dinheiro, destacou João Gomes Cravinho, que intervinha na sessão de encerramento de um seminário sobre o impacto da crise na governação democrática.
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«O que se tornou dolorosamente evidente com esta crise é o elevado grau de ligação do sector financeiro dos países desenvolvidos e a profunda interacção das suas operações com as economias reais de todo o mundo, incluindo os países em desenvolvimento», disse João Gomes Cravinho.
Além da regulação do sector financeiro, o governante disse que a actual crise pode também representar a oportunidade de introduzir no debate da governação democrática o tema de como lidar com questões que podem ser consideradas como «bens públicos globais», designadamente a «estabilidade financeira global, a responsabilidade social e a preservação do ambiente».
Crise tem ramificações que vão além da área da economia
Por outro lado, a actual crise tem ramificações que vão muito além da área da economia. «Isso exige políticas integradas e conceitos novos que estamos lentamente a adoptar».
Contudo, considerou, «é em tempos como os que atravessamos, que pode surgir a tentação de suspender a democracia para melhor lidarmos com os enormes desafios que temos perante nós. Esta é obviamente uma resposta errada».
O seminário sobre os efeitos da presente crise financeira e económica na governação democrática antecede a realização da Conferência Ministerial de Lisboa da Comunidade das Democracias (CdD), marcada para os dias 10 e 11 de Julho.
A Comunidade das Democracias é uma organização intergovernamental de países democráticos, criada em Varsóvia em Junho de 2000, e que visa reforçar os valores e as instituições democráticas aos níveis nacional e internacional.
Crise: efeitos já se espalharam
- Redação
- JF
- 24 mar 2009, 16:13
Crise financeira alastrou-se em áreas como o comércio, preço das matérias-primas ou remessas de dinheiro
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